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RECORDANDO OS FEITOS INFAMES DE PAULO VI:
  • Publicado em 28/02/2018
  • Por Diogo Rafael Moreira
Recentemente Francisco declarou que Paulo VI se tornará santo este ano. Para quem não sabe, ele foi, dentre outras coisas, o responsável pela promulgação de todos os documentos heréticos do Vaticano II, pela instituição do escandaloso Novus Ordo Missae e por alavancar o processo de secularização da Cristandade. Por um lado, não admira que o possuidor de um tal currículo tenha sido eleito ao posto de santo na Loja do Vaticano II, pois ali imperam e são louvadas as três virtudes máximas do humanismo ateu: liberdade, igualdade e fraternidade, todas elas ostensivamente contempladas na vida e obra do pseudo-santo. Por outro lado, porém, penso que a canonização deste homem constitua um passo importante na direção do culto público ao Anticristo. Com efeito, quem pode venerar Paulo VI como se ele tivesse sido um santo vigário de Cristo, também poderá adorar o vigário do demônio como Deus. Mas seja qual for o efeito que esta pseudo-canonização venha a surtir dentro da religião do Vaticano II, fato é que ela pode ser contada como mais uma fraude conciliar. Para prová-lo basta fixar os nossos olhos nos feitos infames e vexaminosos deste incansável prosélito da revolução. Aqui vai um longo, mas muito necessário, excerto retirado do livro The Destruction of Christian Tradition de Rama P. Coomarasuamy, o qual narra em detalhe o perfil de Paulo VI. Garanto que após a leitura deste texto, o leitor haverá de convir que não há exagero no que disse acerca deste traidor da fé. PAULO VI O próximo "eleito" a Cátedra de Pedro foi Giovanni Battista Montini, um homem que dizem ter vivido na sombra de seu predecessor. Ele nasceu em Brescia em 1897, filho de um jornalista e político católico de forte tendência liberal (1). Durante os seus dias de Seminário, foi permitido que vivesse e estudasse em casa por motivos de saúde, o que resultou em um treinamento teológico bastante limitado e quase nenhuma formação espiritual (2). Isto também permitiu que ele bebesse muito da filosofia liberal de seu pai. Neste período ele também se associou com organizações tais como a Associação Estudantil Alessandro Manzoni, assim como outros grupos políticos liberais. Depois de sua ordenação, ele foi apontado para o corpo diplomático do Vaticano e lentamente subiu de cargo até se tornar pró-Secretária de Estado, uma posição que ele manteve por muitos anos. Não é preciso dizer que tal apontamento lhe permitiu ficar familiarizado com os membros da hierarquia e garantir o progresso daqueles que mantinham pontos de vista semelhantes aos seus. Mas em 1954 ele de repente foi despachado para Milão sob circunstâncias que nunca foram totalmente elucidadas. Myra Davidoglou documenta os seguintes fatos: em junho de 1944 Montini, sem o conhecimento do Papa Pio XII, ofereceu os seus serviços à União Soviética através dos escritórios de seu amigo de infância Togliatti (então chefe do Partido Comunista Italiano). Os detalhes desse caso sinistro foram apresentados ao Papa pelo Arcebispo-Primaz da Igreja Protestante da Suécia que, sendo um oficial do Estado, tinha aos relatórios de inteligência do governo. Esta informação chocou o Papa Pio XII. Um inquérito foi feito e, dentre outras coisas, ele descobriu que  secretário privado de Montini, o jesuíta Tondi, era um agente russo, sendo responsável por fornecer aos soviéticos os nomes dos padres católicos que haviam sido enviados à Rússia. Isto explicou o porquê todos eles tinham sido imediatamente capturados e executados. Como consequência disso, Montini foi exilado em Milão sem receber o tradicional chapéu vermelho (3). Montini foi o responsável pela tradução para o italiano de Humanismo Integral de Jacques Maritain. Esse indivíduo, apesar de seu neotomismo, não é de forma alguma um representante da ortodoxia. Neste texto Maritain pede por uma mudança básica na eclesiologia - no modo como a Igreja entende a si mesma, sua função e sua identidade. Ele vislumbrou um humanismo integral no qual religiões de todo tipo convergiam em direção de um mesmo ideal humano em uma civilização onde todos os homens seriam reconciliados com justiça, amor e paz. Como explicou o teólogo francês M. Caron, "o humanismo integral é uma fraternidade universal de homens de boa vontade que pertencem a diferentes religiões ou nenhuma, incluindo mesmo aqueles que rejeitam a noção de um Criador. É dentro desta fraternidade que a Igreja deveria exercer sua influência fermentadora sem impor a si mesmo e sem a exigência de que ela fosse reconhecida como a única e verdadeira Igreja. O cimento desta fraternidade é duplo: a virtude de fazer o bem e um entendimento baseado no respeito à dignidade humana." (4) [...] Montini declararia sobre os maçons que "outra geração não passará antes que a paz seja estabelecida entre essas duas sociedades religiosas [i.e. a Maçonaria e a Igreja]", e depois de sua morte, uma revista maçônica declarou em seu obituário que "esta é a primeira vez que um dos maiores corpos religiosos do Ocidente morre sem considerar os maçons como uma organização hostil." (5) Ora, à luz desses fatos, não admira que Montini tenha feito de tudo para proteger Roncalli e tampouco que logo que este último sentasse na Cátedra de Pedro, este lhe retornasse o favor, dando para Montini o chapéu vermelho e o chamando de volta a Roma como cardeal não residente. Ele é reputado como o escritor da maioria dos discursos e encíclicas de João XXIII, enquanto ele mesmo ficava na surdina. João percebeu que ele seria o homem "mais capaz de conduzir a Igreja para o seu ambicioso programa e concretizar suas esperanças de uma igreja aberta e um cristianismo unido." Quanto a Paulo VI, "pode ser que entre todos os Papas dos tempos modernos... ele seja o único que realmente tenha desejado o cargo." (6). A fim de garantir sua eleição, João XXIII apontou 23 novos cardeais, encaminhando o próximo conclave. Muito antes de ser eleito, Montini deu voz a crenças que o colocaram fora do redil da Igreja. "Acaso não poderia o nosso tempo ter uma Epifania que correspondesse ao seu espírito, as suas capacidades? A maravilhosa evolução científica de nossos dias, não poderia se converter nesta estrela, este sinal que lança a humanidade moderna para a busca de Deus, para uma nova descoberta de Cristo?" (Milão, 1956, Le Pape de l'Épiphanie) "Não irá o homem moderno vir gradualmente ao ponto em que ele descobrirá, como resultado do progresso científico, as leis e as realidades escondidas na silente face da matéria e dará ouvidos a maravilhosa voz que vibra nela? Não será esta a religião dos nossos dias? O próprio Einstein vislumbrou esta imagem de uma religião universal produzida espontaneamente [i.e., sem revelação]. Não será esta talvez a minha própria religião?" (Conferência em Turim, 27 de março de 1960) "E não estará o próprio trabalho científico já engajado em um curso que eventualmente conduzirá à religião?" (Doc. Cat. 133, 1960). Não surpreende que ele tenha dito, "Nós nunca devemos esquecer que a atitude fundamental dos católicos que desejam converter o mundo deve ser, antes de tudo, amar o mundo, amar os nossos tempos, amar a nossa civilização [não católica], nossas conquistas técnicas e, sobretudo, amar o mundo." (La biologie et l'avenir de l'homme de Bodart). Tais eram as crenças do "papável" escolhido por João XXIII. No começo de seu "pontificado", Montini esteve primeiramente comprometido em levar o Concílio Joanino a alcançar o seu máximo potencial. Uma cuidadosa leitura do livro de Pe. Wiltgen, O Reno se lança no Tibre, como também o J'acuse le concile mostram que ele deu continuidade a política de parecer neutro enquanto incentivava fortemente as "forças progressivas" dos inovadores. Ele falou muito sobre "diálogo ecumênico", "abertura ao mundo", "reformas" e mudanças enquanto ao mesmo tempo falava sobre "Fé", "Tradição" e "esforçar-se pela perfeição espiritual". Embora seja verdade que ele tenha feito menores correções nos documentos do Concílio antes de promulgá-los, também é verdade que ele deu aprovação papal a outros itens que eram diametralmente opostos aos ensinamentos de fide da Igreja. Sua resposta aos avisos do Arcebispo Lefebvre (J'acuse le concile) claramente demonstram que ele estava do lado dos revolucionários. Nem deveríamos esquecer que ele ensinou que "os decretos conciliares não são tanto um destino, mas um ponto de partida para novos objetivos... As sementes de vida plantadas pelo Concílio no solo da Igreja devem crescer e e atingir sua plena maturidade" (7), e que ele mesmo usou esses mesmos documentos como uma desculpa para a criação de sua "Missa" Nova e outras mudanças atrozes nos sacramentos. Este modo de falar com ambos os lados da boca - aparentemente defendendo a ortodoxia enquanto fazia de tudo para miná-la - é visto no decorrer de seu "pontificado" e e pode ser entendido como uma característica fundamental da nova Igreja. Como um resultado, não importa de que lado você esteja, você pode citá-lo e citar os documentos que ele promulgou em favor do seu próprio ponto de vista. Alguns podem argumentar que isso é uma qualidade positiva, mas fazê-lo é esquecer da função do Papa. Os católicos conservadores que o defendem deveriam lembrar que para ser-lhe obediente e aceitá-lo como porta-voz da verdade exige que eles aceitem as suas declarações e ações heterodoxas com o mesmo grau de autoridade que as ortodoxas. No que respeita aos fatos, é totalmente impossível obedecer este indivíduo auto-contraditório, pois fazê-lo é o mesmo que abraçar verdade e erro ao mesmo tempo. Apesar disso, obediência era um de seus temas favoritos. Na verdade, obediência é praticamente o único fundamento sobre o qual a Igreja pós-Conciliar pode sustentar a lealdade dos católicos de outrora. É esta mesma obediência o único modo de conduzi-los às largas e bem inclinadas veredas que levam ao mal caminho. Ciente disto, Paulo VI ensinou que "todos os homens devem obedecer-lhe [o Papa] no que quer que ele ordene, se é que eles desejam estar associados à nova economia do Evangelho" (Alocução, 29 de junho de 1970). E, afinal, o que é essa "nova economia do Evangelho"? Simplesmente o que alguns ensinamentos que Paulo VI deseja que engulamos em nome do Magistério pós-Conciliar? Eis uma bela amostra: O fato de Paulo VI empregar todos os seus esforços para mudar a Fé Católica se segue de uma de suas premissas básicas: "A ordem para a qual o Cristianismo tende não é estática, mas uma ordem em contínua evolução rumo uma ordem mais elevada... Se o mundo muda, não deveria a religião também mudar?" (Diálogos e Reflexões sobre Deus e o Homem); "Nós, modernos, homens de nosso tempo, queremos que tudo seja novo. Nossos antigos, os tradicionalistas, mediam as coisas conforme seu valor perene. Nós, porém, somos atualistas, nós queremos que todas as coisas sejam novas o tempo todo, para que tudo se exprima de uma forma continuamente improvisada e dinamicamente inusual" (L'Oservatore Romano, 22 de abril de 1971); donde se segue que "é necessário acolher com humildade e liberdade interior o que é inovador; deve-se romper com o apego habitual ao que costumamos chamar de tradições imutáveis da Igreja" (La Croix, 4 de setembro de 1970). Ele é altamente crítico daqueles que se recusaram a seguir suas mudanças, especialmente em assuntos litúrgicos - eles possuem o que ele chama de "um apego sentimental às formas habituais da culto" e são culpados de "inconstância e frequentemente de falsidade em suas posições doutrinais" (cit. in O'Leary, The Tridentine Mass Today). Aos que achem tais declarações heterodoxas, ele declarou ainda em Milão que "as exigências da caridade frequentemente nos forçam para fora dos limites da ortodoxia." () Paulo VI também acreditou na imanência vital como fonte da verdade. Durante a Audiência Geral de 20 de novembro de 1974, ele afirmou: "Para engajar-se no esforço religioso que a celebração do Ano Santo exigirá de cada um de nós, é necessária uma certa certeza espiritual. Sem ela a lição característica deste período passaria desapercebida. Na conversação precedente, mencionamos o estado de incerteza subjetiva, uma duvida sobre nossa identidade, que se não superada por um estado lógico, psicológico e moral de normal certeza interior, tornaria vão o nosso esforço rumo a uma explicita e progressiva renovação de nós mesmos... A apologética [isto é, o antigo modo de defender a verdade] permanece e não nega seu serviço tácito e indispensável, mesmo quando ela não é explicitamente requerida; mas, hoje, no campo religioso, preferência é dada à experiência no lugar do raciocínio, a espiritualidade carismática é preferida ao dogmatismo racional." Deixando de lado o assunto do Concílio Vaticano II, que será discutido em detalhe adiante, encontramos em Paulo VI todos os temas elaborados pelo seu predecessor. Já em 1965, nós o encontramos falando às Nações Unidas que "o que vós proclamais, aqui, são os direitos e os deveres fundamentais do homem, a sua dignidade, a sua liberdade, e antes de tudo a liberdade religiosa. Sentimos que vós sois os intérpretes do que há de mais alto na sabedoria humana, diríamos quase: o seu carácter sagrado. Porque é, antes de tudo, da vida do homem que se trata, e a vida do homem é sagrada: ninguém pode ousar atentar contra ela... Os povos voltam-se para as Nações Unidas como para a última esperança da concórdia e da paz." [Os objetivos da ONU são] o ideal com que sonha a humanidade na sua peregrinação através do tempo — é a maior esperança do mundo — ousaremos dizer: é o reflexo do desígnio de Deus — desígnio transcendente e pleno de amor — para o progresso da sociedade humana sobre a terra, reflexo em que Nós vemos a mensagem evangélica, de celeste, fazer-se terrestre." E alguns de nós fomos tolos o bastante para acreditar que Cristo era a esperança do mundo e que era a função da Igreja interpretar tudo o que "há de mais alto na sabedoria humana." Paulo VI deixou claro desde o princípio que sua maneira de governar a Igreja seria diferente. Tendo declarado que a liberdade religiosa como direito sagrado e inalienável do homem e que a salvação era disponível fora da Igreja, ele procedeu com a abolição do Juramento Antimodernista, do Index dos Livos Proibidos, a obrigação da Igreja de se posicionar sobre a validade das manifestações divinas (tais como Garabandal) e mais um monte de outras restrições criadas para proteger os fiéis dos erros. Em 1972, ele afirmou que "talvez o senhor tenha me chamado, não para governar e salvar a Igreja, mas para sofrer por ela e deixar claro que Ele e nenhum outro a guia e a salva." (Então, por que Cristo estabeleceu o Papado?). Esta é nada mais do que a conclusão lógica de sua declaração na encíclica Ecclesiam Suam de que "o tipo de relação entre a Igreja e o mundo deve ser mais da natureza da um diálogo." (Acaso disse Cristo, "ide e dialogai com as nações em pé de igualdade?" Fique claro que a função da Igreja é ensinar e não dialogar com todo fulano, ciclano e beltrano que metido a teólogo). Essas não são frases isoladas. Assim, a 16 de outubro de 1968 ele disse ao Clero de Roma que "seria fácil e talvez o nosso dever retificar" as sérias desordens espalhadas dentro da Igreja, mas que seria melhor para o "bom povo de Deus fazerem-no eles mesmos." Ele continuou: "Vós tereis percebido o quanto nosso governo da Igreja busca ser pastoral, fraternal, humilde em espírito e forma. É por conta disso que, com a ajuda de Deus, Nós esperamos ser amados." (Cristo foi amado por aqueles que o rejeitaram e crucificaram?). Este é um tema comum, como ele disse em outro lugar sobre o Concílio: "Desde o começo, o Concílio tem espalhada uma onda de serenidade e otimismo, uma Cristianismo que é entusiasmada e positiva, amante da vida, da humanidade e dos valores terrenos... uma intenção de tornar o Cristianismo aceitável e amável, indulgente e aberto, livre do rigorismo medieval e do entendimento pessimista sobre o homem e seus costumes." (Doc. Cat. No. 1538). Sim, de fato, sua nova forma de governar, como ele diz na Ecclesiam Suam "não é comando, não é imposição." Realmente, Paulo VI não poupou esforços para tornar a Igreja amável. "E os historiadores se questionarão, o que estava a Igreja fazendo naquele determinado momento [i.e., no tempo do Concílio], e a resposta será: a Igreja estava cheia de amor... O Concílio pôs diante da Igreja, diante de nós em particular, uma visão panorâmica do mundo; e como a Igreja poderia, como poderíamos nós em particular, fazer outra coisa que não contemplar este mundo e amá-lo... O Concílio é um ato solene de amor à humanidade... amor ao homem de hoje, quem quer que sejam e onde quer que estejam, amor por todos". Crendo que o homem é "intrinsecamente bom", ele exprimiu repetidamente sua confiança nele. "Nós temos fé no Homem. Cremos no bem que reside no íntimo de cada coração, sabemos que embaixo dos maravilhosos esforços do homem estão os motivos de justiça, verdade, renovação, progresso e fraternidade. - mesmo quando eles são acompanhados por dissensão ou algumas vezes, infelizmente, por violência." (Alocução aos Jornalistas em Sidney, Austrália, dezembro de 1970). Esta confiança no homem atingiu extraordinárias altitudes por ocasião da chegada do homem a lua. "Não há maior riqueza senão o Homem" (L'Osservatore Romano, 5 de agosto de 1970), "Honra ao homem, honra ao pensamento, honra à ciência, honra à técnica, honra ao trabalho, honra à coragem do homem, honra à síntese da habilidade científica e organizacional do homem que, diferente dos outros animais sabe como dar, com seu espírito e sua destreza manual, estes instrumentos de conquista. Honra ao Homem, rei da terra e agora príncipe do céu" (Doc Cat. 1580)  
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