Atualizado a 16 set 2017 Revisto a 26 out 2018
Você é carismático ou católico? [PDF] https://youtu.be/P-Nz1XZlFOY Aqui estão reunidos e resumidos dez argumentos contra as doutrinas e práticas da Renovação Carismática. Eles seguem de perto o artigo de Padre Raymond Taouk sobre o mesmo assunto. Todo carismático de boa fé deve lê-lo a fim de tomar consciência dos sérios problemas desse movimento. I. O FALSO ECUMENISMO"Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos." (Mt 7, 18)
Em primeiro lugar, o movimento carismático se funda no erro do falso ecumenismo. Como a história conta, o movimento começou com católicos buscando graças espirituais em um culto protestante. Ora, buscar santificação nas seitas protestantes é equivalente a buscar liberdade na cadeia, ou seja, trata-se de um empreendimento sem qualquer esperança de sucesso. E aqui não se trata de preconceito, mas apenas da aplicação do princípio de que não se pode dar aquilo que não se tem. O Catecismo ensina que uma das notas que pertence a Igreja, e somente a ela, é a santidade. A Igreja é santa, ela é vivificada pelo Espírito Santo, a sua doutrina e disciplina são santas. Nela o cristão tem tudo o que precisa para se santificar, por isso muitos de seus membros são realmente santos (cf. Catecismo da Doutrina Cristã, n. 109). Uma seita, seja ela qual for, passa a existir quando um grupo de pessoas resolvem negar ou relativizar essa verdade da Fé. Eles já não estão dispostos a manter que a Igreja Católica é a única santa, a única vivificada pelo Espírito Santo. Se o católico mantém a sua fé na Igreja, ele não vai buscar a santidade fora dela, pois não há - assim a Fé Católica o ensina e a experiência o comprova. Por outro lado, se ele não vê mal algum em buscar graças espirituais fora da Igreja, então ele já concordou com aqueles que dizem que a santidade não é uma propriedade exclusiva da Igreja e assim ele já abandonou a Fé Católica nesse mesmo ato. Esse foi o caminho tomado pelo movimento carismático desde suas origens, seus membros são o que são graças ao pecado do falso ecumenismo. II. OS SINAIS DE POSSESSÃO DEMONÍACA Infelizmente o falso ecumenismo não é um erro exclusivo dos carismáticos, de modo que todos que aceitam o Vaticano II estão dispostos a manter que existem verdadeiros "elementos de santificação" fora da Igreja. Enquanto o católico pode e deve negar essa afirmação por que a Igreja sempre ensinou o contrário, e a verdade não pode contradizer a si mesma, ainda assim é possível confirmar a verdade da Fé com o auxílio da razão e da experiência. Os argumentos seguintes explicam por que as práticas e doutrinas dos carismáticos de fato não são santas. Comecemos pelas práticas. A primeira coisa a ser notada é que os carismas de que eles tanto falam não são sinais certos da presença do Espírito Santo, mas são, em vez, fortes indícios de possessão demoníaca."De acordo com o Ritual Romano, outros sinais de possessão incluem 'a habilidade de falar com certa familiaridade em uma língua estranha ou entendê-la quando falada por outro; a faculdade de adivinhar o futuro e eventos ocultos; e a exibição de poderes que estão além da idade e condição natural do sujeito'". (Joseph Ecanem, Ph.D., Demonic Possession, p. 23).Qualquer um que já tenha ido a um Grupo de Oração da Renovação Carismática sabe muito bem que são exatamente esses "sinais de possessão" que eles usam para atestar a presença do Espírito. Não se pode de todo negar que seja um espírito, mas será que é o Santo? III. A ORDEM E A DECÊNCIA Como visto acima, a posse mesma dos carismas já é um problema. Mas o problema com as práticas carismáticas vai muito além. O comportamento deles por si só revela a falta de santidade do movimento. De maneira geral, uma prática que conduz a desobediência deve ser evitada, mesmo que ela seja boa em si mesma. Por exemplo, comer carne é um ato bom em si mesmo, mas fazê-lo em dia de abstinência é pecado; não porque comer carne seja mau em si mesmo, mas simplesmente por causa da desobediência ao preceito. Enquanto a Igreja Católica sempre ensinou o princípio da ordem e da submissão, os carismáticos preferem o caminho inverso. Embora a maior parte de seus líderes tenham conhecimento da Sagrada Escritura, eles se fazem surdos ao expresso mandato de São Paulo: "faça-se tudo com decência, e com ordem." (1 Cor 14, 40). A bagunça e extravagância é uma nota inconfundível de qualquer reunião carismática digna do nome. Quem conviveu, sabe muito bem disso. Não é o mau carismático que ignora a ordem e a decência, mas é o carismático tal e qual. "As mulheres estejam caladas nas igrejas, por que não lhes é permitido falar, mas devem estar sujeitas, como também o ordena a lei." (1 Cor 14, 34), eis outro preceito simplesmente ignorado por eles em suas reuniões. IV. CURA FÍSICA Os carismáticos põem enorme ênfase sobre a "cura física" e dizem ao povo que Deus não quer ninguém doente, encorajando as pessoas a pedirem cura e milagres o tempo todo, tudo daquele jeitinho bem barulhento, com imposição de mãos, musica alta e assim por diante. Eles não possuem um sólido fundamento para pensar desse modo, pois na Igreja de Deus sempre se ensinou que sofrer tais privações com resignação é coisa edificante e meritória. Eis o belíssimo exemplo de São Paulo:
"E para que a grandeza das revelações me não ensoberbecesse, permitiu Deus que eu sentisse na minha carne um estímulo, que é o anjo de Satanás, para me esbofetear. Por cuja causa roguei ao Senhor três vezes que ele se apartasse de mim. E então me disse: Basta-te a minha graça, porque a virtude se aperfeiçoa na enfermidade. Portanto de boa vontade me gloriarei nas minhas enfermidades, para que habite em mim a virtude de Cristo. Pelo que sinto complacência nas minhas enfermidades, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por Cristo; porque quando estou enfermo, então estou forte." (2 Coríntios 12, 7-10)V. O ENGRANDECIMENTO DO ESPÍRITO SANTO A Renovação Carismática se gaba de ter chamado a atenção para o Espírito Santo, aquele que era o "Deus desconhecido" da Igreja pré-Vaticano II. Muito bem, mas e se eu lhe contar que o Espírito Santo não chama a atenção para si, mas para o mistério de Cristo? "Quando vier porém aquele Espírito de verdade, ele vos ensinará todas as verdades, porque ele não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e anunciar-vos-á as coisas que estão para vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar." (Jo 16, 13). VI. O FALSO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO O Espírito Santo planta na alma os seus sete dons e a as virtudes infusas a fim de glorificar a Cristo. O carismático não entende essas coisas e, pior ainda, toma a sua "experiência mística" como certeza da graça recebida. Em outras palavras, ele eleva uma provável possessão demoníaca ou, na melhor das hipóteses, uma mera intensificação de suas emoções, ao grau de Sacramento. De fato, o Catecismo ensina que somente os Sacramentos são sinais sensíveis que garantem o recebimento da graça (cf. Catecismo da Doutrina Cristã, n. 268). Ora, o que um carismático poderá negar na teoria, ele não será capaz de fazer na prática. O sucesso deste movimento consiste basicamente no fato de que as pessoas realmente identificam suas experiências ou emoções com a certeza da graça recebida. VII. ORGULHO E ENGANO Tal identificação da experiência com a graça não é livre de consequências para a vida espiritual dessas pessoas. Os grandes mestres espirituais sempre alertaram sobre o grande perigo que se corre ao se buscar tais manifestações.
"Os êxtases, as visões e as revelações não são de jeito nenhum um argumento inconteste da permanência ou assistência de Deus em uma alma. Quantos se viram que foram enganados com esses tipos de visões? Embora tenham sido a causa de conversão ou mesmo de salvação de algumas almas, é um estratagema do espírito maligno que fica contente em perder um pouco para ganhar muito." (São Vicente Ferrer, Tratado da Vida Espiritual, II Parte, cap. VIII in: GAUDRON, Mathias. Catecismo Católico da Crise na Igreja. Rio de Janeiro: Permanência, 2011, p. 202.)São João da Cruz, o grande Doutor Místico da Igreja, partilha da mesma opinião:
"Assim, o demônio fica muito contente de que uma alma deseja revelações ou que a veja inclinada a isso. Porque tem então uma ocasião fácil de lhe sugerir seus erros e de a desviar da Fé tanto quanto puder. Pois [como eu disse] a alma que deseja essas revelações se coloca em uma disposição muito contrária à Fé e atrai para si muitas tentações e muitos perigos." (São João da Cruz, A Subida do Carmelo, livro II, cap. 11 in: ibidem.)VIII. MENOSPREZO PELAS VERDADEIRAS FONTES DA GRAÇA A Renovação Carismática procura a "abundância" ou o "derramamento" do Espírito Santo. Mas onde está, com certeza, a graça do Espírito Santo? Nos Sacramentos. Logo, a santificação se torna mais frutuosa quando o fiel recebe esses mesmos Sacramentos com as devidas disposições. Dentre os Sacramentos, a Igreja sempre afirmou que o mais poderoso derramamento da graça divina acontece quando o Santo Sacrifício da Missa é oferecido. Eis aí o manancial da graça que eles deveriam procurar, eis aí a oração oficial da Santa Igreja, na qual Cristo Mesmo intercede por nós continuamente (Heb 7, 25). A Igreja também ensina que o derramamento das graças espirituais não se limita somente aos Sacramentos, mas também se pode obter pelos Sacramentais (água benta, escapulário, bençãos) e pelas devoções aprovadas e vivamente encorajadas pela Igreja - de modo particular a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e à Santíssima Virgem Maria. A propósito, os carismáticos do Brasil são notáveis pela promoção que fazem da falsa devoção à Divina Misericórdia. Essa devoção é a grande responsável pelo abandono das duas devoções mencionadas acima. Eles prestam culto a um Jesus falso, sem chagas, que esconde o seu Sacratíssimo Coração; eles recitam preces bem curtinhas para esse falso Jesus usando as dezenas que os católicos usam para recitar o Santo Rosário.