A Revolução dentro da Igreja

Do sermão de Padre Louis Campbell sobre o joio e o trigo.

A parábola que Jesus nos conta hoje a respeito da má semente que cresce juntamente com a boa, não nos surpreende; porque, afinal, sabemos muito bem que, neste mundo, existem os bons e os maus. Mas, se olharmos com atenção, veremos que Jesus não está se referindo ao mundo, mas à sua Igreja. De fato, o demônio plantou sua má semente dentro do campo da própria Igreja, sendo Judas o seu protótipo: “E durante a Ceia, o demônio… já tinha posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a determinação de o trair…” (João 13.2).

Com certeza, Nosso Senhor não se referia apenas aos tempos apostólicos, mas à Igreja de todos os tempos, pois ele diz “até o dia da colheita”. Ora, se essas ervas daninhas ainda não foram juntadas para serem lançadas ao fogo, isso significa que elas ainda estão em nosso meio, armando seus esquemas malignos para enredar o inocente e provocar a revolução.

“Mas como é, nós nos perguntamos, que esta má semente se estabelece no campo da Igreja?” Ela se estabelece na Igreja por meio da revolução. Existe uma revolução dentro da Igreja. O que é uma revolução? Uma revolução é a completa subversão da ordem anterior e o estabelecimento de uma nova em seu lugar. Tal foi a Revolução Francesa de 1789, que derrubou a monarquia e a Igreja em França, executando o rei e a rainha inocentes, milhares de bispos, padres e religiosos e centenas de milhares de cidadãos franceses inocentes. A Revolução foi, em última análise, obra da Maçonaria, que já tinha sido condenada pela Igreja meio século antes.

Os revolucionários nunca tiveram a intenção de parar por aí. Um padre apóstata chamado Canon Roca já falava no final do século XIX:

A liturgia, o cerimonial, o ritual e a disciplina da Igreja Romana vão rapidamente sofrer transformações num Concílio Ecumênico… o Papado vai cair; morrerá sob o bendito punhal forjado pelos Padres do último Concílio. O César Papal é a vítima coroada para o sacrifício.

(Bispo Rudolph Graber, Athanasius and the Church of Our Time, p. 35).

Um proeminente maçom francês (Yves Marsaudon, Ecumenism as Seen by a Traditional Freemason) escreveu que a partir de 1908: “o objetivo não será mais a destruição da Igreja, mas em vez disso, fazer uso dela mediante infiltração.” (Bispo Graber, p. 38-39).

Este já tinha sido o plano de sociedades secretas maçônicas por gerações. Eles queriam preparar armadilhas para o clero das sacristias, seminários e mosteiros, fazendo-lhes seguir “uma revolução de tiara e casula”, enquanto pensavam que estavam seguindo a bandeira das Chaves Apostólicas (Permanent Instruction of the Alta Vendita).

A Maçonaria sendo a “mãe” [da Revolução], como o Papa Pio XII a chamou, o Comunismo foi o “rebento” daquilo que aconteceu em França. No ano de 1936 foram dadas ordens do Partido Comunista em Moscou para que jovens fossem secretamente preparados para entrar em seminários e mosteiros a fim de serem ordenados ao sacerdócio. Manning Johnson, um antigo oficial do Partido Comunista dos Estados Unidos, deu o seguinte testemunho em 1953 no Comitê de Atividades Antiamericanas:

Os líderes comunistas nos Estados Unidos perceberam que a tática de infiltração em seu país teria de se adaptar às realidades americanas… Nas primeiras etapas determinou-se que, com um reduzido número disponível, seria necessário concentrar agentes comunistas nos seminários. A conclusão prática tirada pelos líderes vermelhos foi que essas instituições permitiriam que uma pequena minoria comunista influenciasse a ideologia do futuro clero a fim de favorecer os interesses comunistas… Essa política de infiltração em seminários foi bem-sucedida, superando nossas expectativas.

A sra. Bella Dodd, também ela um membro proeminente do Partido Comunista, convertida ao Catolicismo em 1952, passou a revelar as táticas do partido: “Nos anos 30, colocamos onze mil homens no sacerdócio para destruir a Igreja desde dentro…  Agora mesmo eles estão ocupando as mais altas posições na Igreja.” Ela disse que no futuro “vocês não reconhecerão a Igreja Católica”. Isso foi dito uma dúzia de anos antes do Vaticano II.

“A ideia geral”, de acordo com alguém que presenciou uma das conversas de sra. Dodd (Ir. Joseph Natale), “era destruir não a instituição da Igreja como tal, mas a fé do povo, e mesmo usar a instituição, se fosse possível, para destruir a fé por meio da promoção de uma pseudo-religião: algo que lembrasse o catolicismo, mas que não o fosse realmente. Uma vez que a fé tivesse sido destruída, ela explicou que eles introduziriam um complexo de culpa dentro da Igreja… para rotular a ‘Igreja do passado’ como opressora, autoritária, cheia de preconceitos, arrogante ao proclamar-se a única detentora da verdade e responsável pelas divisões de grupos religiosos através dos séculos. Isso seria necessário para envolver os líderes da Igreja numa ‘abertura ao mundo’, numa atitude mais flexível perante suas religiões e filosofias. Os comunistas, então, explorariam essa abertura a fim de destruir a Igreja gradualmente.”

Nós não temos sido testemunhas de tudo isso? O joio plantado, a saber, bispos e cardeais maçons e/ou comunistas foram para Roma em 1961 para a abertura do Vaticano II, lá eles uniram forças na luta pelo controle do que havia sido preparado por verdadeiros bispos e cardeais, levando a efeito seu programa de destruição da fé do povo. Leon Joseph Cardeal Suenens declarou que o Vaticano II foi 1789 (a Revolução Francesa) dentro da Igreja. Depois do Concílio, a loja maçônica O Grande Oriente de França descreveu-o como uma “gigantesca revolução no interior da Igreja”, chamando-lhe de “o prelúdio da vitória” (Bispo Graber, p. 71).

Os padres, bispos e o próprio Papado foram as primeiras vítimas dessa Revolução. O desastroso fracasso deles, porém, foi predito na Sagrada Escritura e conhecido pelos primeiros cristãos. O grande Cardeal Manning (1808-1892), escrevendo sobre os ensinamentos dos Padres da Igreja, predisse:

Roma deverá apostatar da fé, afastar o Vigário de Cristo e retornar ao seu antigo paganismo… Então, a Igreja será dispersa, conduzida ao deserto, e será por um tempo invisível, assim como no princípio, ficando em catacumbas, cavernas, montanhas, esconderijos. Ela será como que varrida da face da terra. Esse é o testemunho universal dos Antigos Padres da Igreja.

(Henry Edward Cardinal Manning, The Present Crisis of the Holy See, 1861, London: Burns and Lambert, pp. 88-90).

Podemos achar alguma consolação no fato de que a “igreja” que vemos a beira da ruína hoje em dia não é a Igreja Católica, mas a falsa Igreja Maçônica. Nossa maior defesa contra o demônio e sua falsa Igreja é o Santo Sacrifício da Missa. Mas nós também temos o Santo Rosário pelo qual Nossa Senhora se torna “mais temível que um exército em ordem de batalha”. Que Ela, pelo poder de Deus, com São Miguel e todos os Santos Anjos e por nossas orações, vença mais esta batalha!


CHRIST OR CHAOS. Father Louis J. Campbell on The Wheat and the Cockle. Acesso em: 7 set 2017.

Sedevacantismo em Três Minutos

[O QUE É O SEDEVACANTISMO?]

O sedevacantismo é a posição dos católicos que recusam reconhecer Jorge Bergoglio como verdadeiro papa. Os sedevacantistas afirmam que a sede de Pedro está vacante em razão da apostasia da fé por parte da hierarquia oficial depois da promulgação, em 1965, dos documentos do Concílio Vaticano II.

O raciocínio sedevacantista é simples e os fatos sobre os quais ele ele baseia são empiricamente constatáveis.

Comparando os ensinamentos da Igreja antes e depois do Vaticano II, nós nos damos conta de que houve uma mudança substancial na doutrina. Mas a Igreja Católica não pode sofrer uma mudança substancial em sua doutrina, porque ela goza de especial assistência do Espírito Santo que a torna infalível em questões de fé e moral e, por conseguinte, indefectível, ou seja, a Igreja permanecerá a mesma em seus elementos essenciais até o fim do mundo. De fato, a infalibilidade e a indefectibilidade da Igreja Católica são verdades de fé, o que significa que se alguém nega estas suas prerrogativas, deixa, por este mesmo fato, de ser católico.

Portanto, a única conclusão possível é que a hierarquia responsável pela ruptura doutrinal do Concílio Vaticano II carece de toda autoridade eclesiástica. Aplicando este princípio ao Papa, isto simplesmente significa que não há Papa, ou seja, que a sede está vacante. Donde o termo “sedevacantismo”.

[POR QUE A SÉ FICOU VACANTE POR TANTO TEMPO?]

Muito embora o Concílio Vaticano II deu origem a uma nova religião, ele não fundou, juridicamente falando, uma nova Igreja. Assim, a faculdade de eleger um papa ainda se encontra entre os cardeais. A heresia que é um obstáculo à jurisdição, à autoridade eclesiástica, não é obstáculo ao poder de designação, que é uma faculdade humana. Visto que os cardeais responsáveis pela eleição do Papa também aderem aos ensinamentos do Vaticano II, a Sé de Roma continuará vacante até que esta situação mude, isto é, até a eleição de um candidato capaz de receber a autoridade papal. Para tanto, um ou mais cardeais devem voltar a fé de sempre. Hum… difícil! Mas lembremos que o que é impossível para os homens é fácil para Deus.

[POR QUE DEUS PERMITE TAL SITUAÇÃO?]

Aqui se aplica o princípio geral: Deus permite o mal para dele tirar um bem maior. A Sagrada Escritura fala de uma apostasia geral, da defecção do ocidente cristão que dará ocasião à conversão do povo judeu. Não esqueçamos que outrora a rejeição de Cristo pelos judeus foi ocasião para a conversão dos gentios.

Se você vê segundo os olhos da fé, viver nestes tempos é um privilégio para os verdadeiros católicos.

Se esta é a primeira vez que você ouve falar de sedevacantismo, não deixe de ler e pesquisar mais sobre o assunto. Como você pode ver, há muito em jogo.