O Denzinger dos Tolos: Problemas com as edições pós-Vaticano II do Denzinger

O famoso e autoritativo compêndio de documentos do magistério papal, o Enchiridion Symbolorum (em latim), ou Compêndio dos Símbolos, Definições e Declarações de Fé e Moral (em português), editado originalmente por Heinrich Denzinger, passou por mais de quarenta revisões desde sua primeira edição, publicada em 1854, acrescentando ao volume os documentos que o seguiram no curso do tempo. A 30ª Edição (1954) está de volta em circulação, e esta é aquela mais usada por católicos tradicionais para referir os textos autoritativos e decretos dos Papas e do Magistério da Santa Igreja, uma vez que ela é a última edição disponível antes da morte do Papa Pio XII.

Em 1965, uma edição revista do “Denzinger” – como o Enchiridion Symbolorum é popularmente chamado – foi publicada para incluir alguns documentos promulgados por João XXIII (1958-1963) e alguns dos primeiros publicados por Paulo VI (1963-1978). Em 1965, o pseudo-católico “Concílio do Vaticano II” decretou que todo ser humano tem direito à liberdade religiosa, uma doutrina explicitamente condenada pelo Papa Pio IX (e pelos papas que o seguiram até Pio XII, morto em 1958). Mas o que, então, fez a Edição de 1965 com a encíclica Quanta Cura de Pio IX, aquela que condenou a liberdade religiosa? Ele simplesmente cortou fora a parte em que o papa condena o que o Vaticano II aprovou!

Para prová-lo, fornecemos aqui a evidência. O que você vê abaixo é a edição latina de 1965 do Enchiridion Symbolorum, aberta nas páginas 574-75.

Denzinger 1965 liberdade religiosa 1Denzinger 1965 liberdade religiosa 2

Destacamos acima a admitida omissão dos números 1688-1690, os números do antigo Denzinger (30ª edição) no qual você ainda podia encontrar a condenação de Pio IX da liberdade religiosa. Em 1963, os números foram mudados e este é o motivo por que a nova numeração não correspondem mais com a antiga.

Sem dúvida, a omissão da condenação da liberdade religiosa diz muito. Ela é mais uma evidência de que a Igreja do Vaticano II está muito consciente de sua contradição com o ensinamento prévio da Igreja, mostrando que a tal da “hermenêutica de continuidade” é uma fábula utilizada para manter quietos os conservadores que estão dentro da seita Novus Ordo.

Esta vergonhosa, mas reveladora omissão ainda ocorre na 43ª edição do Denzinger (2010), editada por Peter Hünermann (cf. nn. 2890-2896).

O mesmo Denzinger-Hünermann, juntamente com o Denzinger-Schönmetzer, reúnem em seus números 138-143 documentos que ou são duvidosos ou tidos como comprovadamente forjados sobre o Papa Libério. Não é de admirar que um modernista disposto a omitir um documento essencial do Magistério, resolva também acrescentar outros duvidosos ou falsos dentro de seu Denzinger, tudo com a mesma finalidade de desprestigiar o Papado e promover a religião apóstata do Vaticano II. É precisamente isto o que fizeram essas edições do Denzinger modernista, como se provou neste extenso e bem-fundado artigo do Novus Ordo Watch a respeito dele.

 

 

 

6 comentários em “O Denzinger dos Tolos: Problemas com as edições pós-Vaticano II do Denzinger

      1. Mas dos textos compendiados, vamos dizer, até Trento, tirando esses acréscimos sobre o papa Libério, o DH pode ser lido sem problemas ou se deve ter uma precaução até se ter em português um Denzinger pré-CVII ou a minha pessoa dominar o inglês e o latim.

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      2. Saudações sr Diego. Na falta de outro melhor, pode usar o Hünermann sim. Ele é fiel na letra. Eu o utilizo para a maior parte das citações que faço. Notei que às vezes tem passagens omitidas que só se encontram no Denzinger antigo, mas os principais documentos (Vaticano I, Trento, Syllabus, Florença etc) estão lá.

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  1. Depois de ler o seu artigo estou pensando em montar um Denzinger em português com a numeração antiga usada pelos católicos tradicionais, com citações até Pio XII. Eu irei aproveitar a tradução da versão nova do Hunerman e ver se tem tradução dos trechos que eles omitiram. Imagino que levarei um bom tempo para concluir isso. Como não sou fluente em inglês, pretendo seguir a versão espanhola publicada em 1963 que foi baseada na 31º edição de 1958. Sabe me dizer se tem diferença na numeração da versão de 1954 para a de 1958 que publicaram em espanhol?

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