A catequese modernista é um desastre. Solução? Mais modernismo!

A catequese modernista é um desastre. Solução? Mais modernismo!

Os modernistas mais moderados estão dispostos a reconhecer o seu fracasso, mas unicamente para ter mais um motivo para repeti-lo em dose maior.

É assim que eles concluem ilogicamente que o fracasso de uma catequese centrada na imanência vital, existencialista e antropocêntrica, deve ser remediado com uma catequese ainda mais centrada na imanência vital, mais existencialista e mais antropocêntrica. É assim que eles deduzem que o fracasso da experiência religiosa modernista, em voga desde o Vaticano II, deve ser corrigido com a Nova Evangelização de Bento XVI, isto é, com a intensificação da mesma experiência religiosa modernista. De fato, para os ratzingerianos de carteirinha o dogma tem que permanecer por toda a vida como o servente da fé existencial, vivida e entendida a la Martinho Lutero.

Donde logicamente concluímos nós que um modernista moderado como o Padre Paulo Ricardo em suas explicações mirabolantes para salvar o Vaticano II procede tal e qual o Cardeal Piacenza, aquele representante infalível do absurdismo ratzingeriano: ele admite o pecado para poder pecar mais fortemente, ele reconhece o fracasso na iniciativa dos neoteólogos, mas sua solução consiste em injetar mais uma dose de Nova Teologia nas veias do cadáver conciliar:

“A quase cinquenta anos depois do Concílio Ecumênico Vaticano II, devemos reconhecer como a própria vida moral, tanto dentro como fora da Igreja, tem sido terrivelmente enfraquecida pela insuficiente catequese, por uma educação incapaz, talvez, de dar as razões das demandas do Evangelho e mostrar, na experiência existencial concreta [= perspectiva modernista da fé como experiência religiosa, existencialismo], como elas são extraordinariamente humanizadoras [= antropocentrismo]. Tudo isso [= toda essa desgraça que vem acontecendo desde o Vaticano II] certamente não por culpa do Concílio!”

(Cardeal Mauro Piacenza, Iniziazione cristiana e nuova Evangelizzazione,
Convegno internazionale sulla catechesi promosso dalla CCEE, 8 mai. 2012, p. 2.)

A culpa nunca é do Concílio, nem dos que implementaram as reformas conciliares e tampouco dos agentes de todo este rebuliço febril que tem sido feito em torno da catequese desde o Vaticano II. Todavia, curiosamente o bastante, a data da crise da catequese começa exatamente com o Concílio e ninguém ouse dizer que a culpa foi a falta de recursos ou a inércia! Quanto barulho, quantos recursos, quantas formações, quantas novas experiências foram feitas de lá para cá!

Mas, na mente do ratzingeriano, tanto a causa da decadência quanto o remédio proposto tem de ser um e o mesmo, trata-se do conceito-chave do Concílio: a fé como experiência religiosa, conceito este – nunca é demais recordar – condenado na Pascendi de Sua Santidade o Papa São Pio X.

Será que o Cardeal Piacenza e o Padre Paulo Ricardo são incompetentes ao ponto de não saberem analisar um conceito teológico em si mesmo e nas suas implicações lógicas e históricas? Não, eles certamente não são incompetentes, eles são muito capazes de compreendê-lo bem e em todas as suas implicações, afinal, eles aprenderam filosofia e sabem fazer tudo isso e muito mais. É mais provável que eles tenham medo de perder o emprego ou então, na hipótese mais elevada e ainda assim culpável, seja-lhes demasiado custoso reconhecer que passaram a vida inteira acreditando e ensinado os erros de seus falsos heróis.

Leia também: Explicação do beijo no Corão a partir da fé católica e da gnose modernista

2 comentários em “A catequese modernista é um desastre. Solução? Mais modernismo!

    1. Sr. Edgar, muito ao contrário. Nós temos comunhão com a fé, costumes e tradições da Igreja Católica Apostólica Romana, mas rechaçamos aqueles homens que não a tem de fato, mas só em palavras vazias que logo depois desmentem com as suas obras. O ódio que se nutre às coisas romanas nos ambientes conciliares é muito evidente para o senhor ignorá-lo. Eles abandonaram o latim, a língua romana, eles abandonaram a arquitetura romana, eles abandonaram a doutrina romana sobre a Igreja, a relação com os não católicos e o Estado – i.e. caíram em heresia e cisma com a Igreja Católica Apostólica Romana. Se o senhor ainda está em comunhão com eles, eu advirto que o senhor anda muito mal acompanhado, o senhor está com pessoas que detestam o que você ama, com pessoas que tem trabalhado ativamente para desromanizar a Igreja, transformando-a numa seita já há muito condenada pela Igreja. Mais: a sua alma está em perigo, pois nestes ambientes se prega a porta larga e a “misericórdia” que é mãe de todos os vícios, milhares de almas se perdem todos os anos nesses ambientes e outras tantas apostatam de vez. A comunhão com eles é um perigo, pois a religião nova do Vaticano II se funda numa série de mentiras, que nós denunciamos aqui. Não se baseia ela na solidez da rocha, não na fé viva de São Pedro, mas em uma porção de filosofias – hoje fora de modo – lá da metade do século XX. Ora, sem o fundamento da verdade, não há Igreja Católica. A Igreja Católica, porém, segue viva em todos os sacerdotes e fiéis que preservam, como nós, as crenças, costumes e tradições da Igreja Católica Apostólica Romana.

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