Antes de tudo, alguns breves avisos:
1.º - Haverá Missa em Florianópolis com Dom Rodrigo da Silva, neste domingo, dia 7 de novembro. Para fazer sua reserva, entre em contato até o dia 5 via whatsapp ou telegram. Nosso número é (47) 99101-3580.
2.º - Haverá hoje às 20h live exclusiva com os membros do canal. Tema: O Dogma da Inerrância Bíblica.
3.º - Amanhã, também às 20h, ocorrerá o sorteio ao vivo de 12 exemplares da obra "Exposição da Doutrina da Igreja Católica em Matérias de Controvérsia". Para participar, siga nossa página no Instagram e marque dois amigos em nosso post promovendo as Publicações do Controvérsia, depois disso, via inbox, diga que deseja participar do sorteio e deixe-nos o seu nome completo.
Rezar nas intenções do Papa costuma ser uma condição para se ganhar uma indulgência plenária. É sobre esta questão específica que tratarei neste vídeo. Porém, em matéria tão grave quanto esta, convém recordar as condições gerais para se ganhar qualquer indulgência:
1 - ESTADO DE GRAÇA (estando em pecado mortal, na impossibilidade de confessar, ao menos fazer um ato de contrição perfeita com o firme propósito de confessar-se é necessário para ganhar as indulgência parciais).
2 - INTENÇÃO (renovada de tempos em tempos, por exemplo, toda manhã).
3 - EXATIDÃO e DEVOÇÃO no cumprimento das condições específicas.
Quanto às condições específicas, geralmente requeridas para lograr uma indulgência plenária e às vezes parcial, temos as seguintes:
1 - CONFISSÃO (um dia antes de obter ou no mesmo dia faltando ainda completar alguma condição; até oito dias depois no caso de uma prática indulgenciada que se estende por vários dias).
2 - COMUNHÃO (no mesmo dia ou até oito dias depois no caso de uma prática indulgenciada que se estende por vários dias).
3 - VISITAÇÃO de uma igreja ou oratório público (feita em qualquer tempo de meia-noite a meia-noite).
4 - ORAÇÃO de acordo com as intenções do Papa.
É esta última condição que nos toca aqui. Ora, se todo aquele que deseja obter indulgências plenárias deve, dentre outras coisas, rezar pelas intenções do Papa, então como ganhá-las quando não há Papa?
A resposta é simples, mas nos dá a oportunidade de refletir sobre as intenções de um verdadeiro Papa, quando contrastadas com aquelas de um falso.
A Igreja concede indulgências não só em tempos em que há um Papa, mas também em tempos de Sé vacante ou, se quiserem, de Sé impedida por um falso Papa. Contudo, não são as intenções do último papa reinante, mas sim um conjunto fixo de intenções que se entende por "intenções do Romano Pontífice". Elas aparecem enunciadas na Raccolta ou Compêndio de Indulgências, consistindo sempre no seguinte: (1) O progresso da fé e o triunfo da Igreja; (2) a paz e união entre os chefes e príncipes cristãos; (3) a conversão dos pecadores; (4) a erradicação das heresias.
Embora não seja necessário rezar explicitamente pelas quatro (isto é, tendo em mente cada uma em particular), bastando fazer algum oração com a simples intenção de rezar "pelas intenções do Romano Pontífice", ter conhecimento delas é muito útil para formar uma ideia do que são os objetivos da Igreja na pessoa do Vigário de Cristo.
Se você olhar com atenção para cada intenção, verá que são o exato oposto daquelas de Bergoglio e companhia. Na verdade, em muitos pronunciamentos oficiais ele mesmo chega a propor o contrário. Permitam-me demonstrá-lo com alguns exemplos.
1 - O progresso da fé e o triunfo da Igreja.
"Testemunhar com simplicidade. Porque, se você vai com a sua fé como uma bandeira, como as cruzadas, e vai fazer proselitismo, isso não vai bem. O melhor caminho é o testemunho, mas humilde: 'Eu sou assim', com humildade, sem triunfalismo. Esse é outro pecado nosso, outra atitude ruim, o triunfalismo. Jesus não foi um triunfalista, e a história também nos ensina a não sermos triunfalistas, porque os grandes triunfalistas foram derrotados." (IHU, O papa e as Cruzadas: ''A fé é humildade, sem triunfalismo'', http://www.ihu.unisinos.br/noticias/530052-o-papa-e-as-cruzadas-a-fe-e-humildade-sem-triunfalismo)
2 - Paz e união entre os chefes e príncipes cristãos
Francisco não luta por uma paz cristã, mas sim por uma paz mundial construída mediante a fraternidade universal de viés naturalista (isto é, maçônico): cuidar do meio-ambiente ou "nossa casa comum", acolher os imigrantes na Europa e América, para o enfraquecimento de sua própria cultura cristã, ser contra políticos mais conservadores, mas receber e aplaudir, com júbilo, os abortistas como Biden e Pelosi etc.
3 - A conversão dos pecadores
Todo empenho de Francisco tem sido no sentido de acolher os pecadores enquanto pecadores (sem requerer sua conversão) ou então, o que é ainda pior, chegar ao ponto de tratar os pecadores como se não fossem tais (dando-lhes o direito, inclusive, de receber a Santa Comunhão). É o que ele tem feito com a implementação de sua Amoris Laetitia, oficialmente interpretada como a possibilidade de dar a Eucaristia para adúlteros e fornicadores. Sobre isso, vide:
4 - A erradicação das heresias
Evidentemente, esta não pode ser sua intenção, porque ele mesmo não cuida de, vez por outra, dizer o que bem pode ser uma heresia. Por exemplo:
"Sinto que direi algo que pode parecer controverso, ou até herético, talvez. Mas há "aquele que sabe” que, apesar das nossas diferenças, somos um. É ele quem está nos perseguindo. É ele quem está perseguindo os cristãos hoje, ele que está nos ungindo com (o sangue do) martírio. Ele sabe que os cristãos são discípulos de Cristo: que são um, que são irmãos! Ele não se importa se eles são evangélicos, ou ortodoxos, luteranos, católicos ou apostólicos … ele não se importa! Eles são cristãos. E esse sangue (do martírio) une. Hoje, queridos irmãos e irmãs, vivemos um “ecumenismo de sangue”. (Vatican News, Pope sends greetings for US Christian Unity event, http://www.archivioradiovaticana.va/storico/2015/05/24/pope_sends_greetings_for_us_christian_unity_event/en-1146375)
Esta sua teoria do martírio de sangue é, sim, heresia. Assim nos ensina o Concílio de Florença:
"Tão importante é a unidade do corpo da Igreja, que só para aqueles que nela perseveram os sacramentos da Igreja trazem a salvação e os jejuns, as outras obras de piedade e os exercícios da milícia cristã podem obter a recompensa eterna. Nenhum, por mais esmolas que tenha dado, e mesmo que tenha derramado o sangue pelo nome de Cristo, poderá ser salvo se não permanecer no seio e na unidade da Igreja Católica." (Papa Eugênio IV, Concílio de Florença, Cantate Domino, 4 fev. 1442; Denz.-Hün. n. 1351.)
Além do mais, como o homem que fala contra o proselitismo, isto é, a pregação contra as heresias, os cismas e a incredulidade, pode ele mesmo ter a intenção de lutar contra a erradicação das heresias? Mais: como pode um defensor do pluralismo religioso, isto é, de uma coexistência fraterna de todas as opiniões em matéria de religião, em qualquer sentido que seja, estar lutando contra a erradicação de falsas opiniões religiosas, isto é, das heresias?
Seguramente, Francisco não tem as intenções do Papa, porque de fato nunca foi um. Aos que desejam aprofundar-se nesta matéria, recomendo o excelente vídeo de Padre Anthony Cekada, recentemente legendado pelo Controvérsia Católica, no qual se explica, de forma magistral, o porquê Francsico e os alegados papas pós-conciliares não podem ser tidos por verdadeiros e legítimos papas: