RESPOSTA AO CONTRA CEKADAM DE PADRE CHAZAL: POR PE. ANTHONY CEKADA
- Publicado em 30/01/2018
- Por Diogo Rafael Moreira
Obrigado por enviar juntamente o documento de Chazal. Ele dificilmente pode ser considerado, a despeito do que parece crer o Pe. Chazal, uma refutação pormenorizada de meu argumento em Tradicionalistas, Infalibilidade e o Papa.
O Contra Cekadam do Padre Chazal nem mesmo afirma o argumento do "Cekadam" em questão, tampouco o refuta. Eis, para fins de clareza, o argumento que fiz no opúsculo:
- Ensinamentos e leis oficialmente sancionadas durante e depois do Vaticano II contém erros e/ou promovem o mal.
- Porque a Igreja é indefectível, seu ensinamento não pode mudar, e porque ela é infalível, suas leis não podem dar o mal.
- É, pois, impossível que os erros e males oficialmente sancionados nos ensinamentos e leis do Vaticano II e pós-Vaticano II possam proceder da autoridade da Igreja.
- Aqueles que promulgam tais erros e males devem perder de algum modo sua autoridade atual na Igreja.
- Canonistas e teólogos ensinam que a defecção da fé, uma vez que se torne manifesta, provoca a perda automática do ofício eclesiástico (autoridade). Eles aplicam este princípio até mesmo ao papa que, em sua competência pessoal, de algum modo se torna herético.
- Canonistas e teólogos também ensinam que hereges públicos, por lei divina, são incapazes de ser eleitos validamente ao papado ou de obter a autoridade papal.
- Até mesmo papas admitiram a possibilidade de que um herege poderia algum dia ascender ao trono petrino. Em 1559 o Papa Paulo IV decretou que a eleição de um herege ao papado seria inválida, e que o homem eleito careceria de toda autoridade.
- Posto que a Igreja não pode defectar, a melhor explicação para os erros e males que repetidamente encontramos é que eles procedem de indivíduos que, a despeito de terem ocupado o Vaticano e várias catedrais diocesanas, publicamente defectaram da fé e, portanto, objetivamente não possuem autoridade canônica.
Se Pe. Chazal concorda com o que foi dito no ponto 1 (as mudanças são más) e 2 (a Igreja, pela promessa de Cristo, não pode dar o mal/erro), e, no entanto, ainda insiste que os Papas do Vaticano II são verdadeiros papas, em posse da autoridade vinda de Cristo; logo, ele sustenta que a Igreja de Cristo defectou e que as promessas de Cristo são sem efeito.
Quanto ao resto, Pe. Chazal simplesmente:
- recicla opiniões sobre um papa herético que foram abandonadas depois de São Roberto Belarmino,
- procura aplicar critérios pertinentes a crimes eclesiásticos, quando sedevacantistas sustentam que é o pecado público de heresia e não o crime o que impede um papa herético de obter ou permanecer no papado,
- reintroduz a falsa citação de Adriano VI,
- repete a história de Paulo vs. Pedro sobre correção fraterna por uma infração moral, que não resolve o problema da defecção em massa pela promoção de erros teológicos e ímpias leis universais,
- em seu exame de Escritura como uma "refutação" do sedevacantismo, ele ignora que a asserção do próprio São Paulo de que ele poderia, de fato, "pregar outro Evangelho" e de, assim fazendo, ele próprio poderia se tornar “anátema.”
- recicla supostos incidentes da história para demonstrar que já houveram papas heréticos antes, mas tais incidentes são (a) parte dos argumentos típicos de protestantes que rejeitam a infalibilidade papal e (b) repetidamente refutados por teólogos católicos.
Os argumentos de Pe. Chazal sobre cada um desses pontos ainda não o livram dos apuros em que os pontos 1 e 2 de minha argumentação original o colocam - da equação chazaliana que conduz ao seguinte:
- Mudanças más + verdadeiros papas = Igreja defectível.
Boa sorte da próxima vez, Padre Chazal!