• Fale conosco
  • controversiacatolica@gmail.com
A CATEQUESE MODERNISTA É UM DESASTRE. SOLUÇÃO? MAIS MODERNISMO!:
  • Publicado em 20/12/2018
  • Por Diogo Rafael Moreira

A catequese modernista é um desastre. Solução? Mais modernismo!

Os modernistas mais moderados estão dispostos a reconhecer o seu fracasso, mas unicamente para ter mais um motivo para repeti-lo em dose maior.

É assim que eles concluem ilogicamente que o fracasso de uma catequese centrada na imanência vital, existencialista e antropocêntrica, deve ser remediado com uma catequese ainda mais centrada na imanência vital, mais existencialista e mais antropocêntrica. É assim que eles deduzem que o fracasso da experiência religiosa modernista, em voga desde o Vaticano II, deve ser corrigido com a Nova Evangelização de Bento XVI, isto é, com a intensificação da mesma experiência religiosa modernista. De fato, para os ratzingerianos de carteirinha o dogma tem que permanecer por toda a vida como o servente da fé existencial, vivida e entendida a la Martinho Lutero.

Donde logicamente concluímos nós que um modernista moderado como o Padre Paulo Ricardo em suas explicações mirabolantes para salvar o Vaticano II procede tal e qual o Cardeal Piacenza, aquele representante infalível do absurdismo ratzingeriano: ele admite o pecado para poder pecar mais fortemente, ele reconhece o fracasso na iniciativa dos neoteólogos, mas sua solução consiste em injetar mais uma dose de Nova Teologia nas veias do cadáver conciliar:

"A quase cinquenta anos depois do Concílio Ecumênico Vaticano II, devemos reconhecer como a própria vida moral, tanto dentro como fora da Igreja, tem sido terrivelmente enfraquecida pela insuficiente catequese, por uma educação incapaz, talvez, de dar as razões das demandas do Evangelho e mostrar, na experiência existencial concreta [= perspectiva modernista da fé como experiência religiosa, existencialismo], como elas são extraordinariamente humanizadoras [= antropocentrismo]. Tudo isso [= toda essa desgraça que vem acontecendo desde o Vaticano II] certamente não por culpa do Concílio!"

(Cardeal Mauro Piacenza, Iniziazione cristiana e nuova Evangelizzazione,
Convegno internazionale sulla catechesi promosso dalla CCEE, 8 mai. 2012, p. 2.)

A culpa nunca é do Concílio, nem dos que implementaram as reformas conciliares e tampouco dos agentes de todo este rebuliço febril que tem sido feito em torno da catequese desde o Vaticano II. Todavia, curiosamente o bastante, a data da crise da catequese começa exatamente com o Concílio e ninguém ouse dizer que a culpa foi a falta de recursos ou a inércia! Quanto barulho, quantos recursos, quantas formações, quantas novas experiências foram feitas de lá para cá!

Mas, na mente do ratzingeriano, tanto a causa da decadência quanto o remédio proposto tem de ser um e o mesmo, trata-se do conceito-chave do Concílio: a fé como experiência religiosa, conceito este - nunca é demais recordar - condenado na Pascendi de Sua Santidade o Papa São Pio X.

Será que o Cardeal Piacenza e o Padre Paulo Ricardo são incompetentes ao ponto de não saberem analisar um conceito teológico em si mesmo e nas suas implicações lógicas e históricas? Não, eles certamente não são incompetentes, eles são muito capazes de compreendê-lo bem e em todas as suas implicações, afinal, eles aprenderam filosofia e sabem fazer tudo isso e muito mais. É mais provável que eles tenham medo de perder o emprego ou então, na hipótese mais elevada e ainda assim culpável, seja-lhes demasiado custoso reconhecer que passaram a vida inteira acreditando e ensinado os erros de seus falsos heróis.

Leia também: Explicação do beijo no Corão a partir da fé católica e da gnose modernista

Deixe o seu comentário