• Fale conosco
  • controversiacatolica@gmail.com
O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO: 9.ª LIÇÃO DE CATECISMO DA DOUTRINA CRISTÃ.
  • Publicado em 30/01/2019
  • Por Diogo Rafael Moreira

9.ª Lição de Catecismo da Doutrina Cristã. O Sacramento da Confirmação.

Revisão da lição sobre o Sacramento do Batismo.

I. A Confirmação ou Crisma é o Sacramento que (a) nos dá o Espírito Santo, (b) imprime em nossa alma o caráter de soldados de Jesus Cristo e (c) nos faz perfeitos cristãos.

II. Os Apóstolos antes da vinda do Espírito Santo, eram homens tímidos, ignorantes e cheios de imperfeições; mas apenas o Espírito Santo desceu sobre eles, ficaram iluminados, instruídos, cheios de fé e de caridade, dispersando-se por todo o universo, confessando a Jesus Cristo perante os tribunais e os tiranos, e por último tiveram a felicidade de derramar o seu sangue em testemunho da verdade que anunciavam. A Confirmação é o Pentecostes de cada cristão, pelo qual o Espírito Santo fará nele coisas prodigiosas, dando a sua alma o complemento e a perfeição.

III. Querendo o imperador Juliano fazer pública e solenemente a sua apostasia, mandou preparar num templo um grande sacrifício aos ídolos; mas no momento de começar a cerimônia o fogo do altar apagou-se de todo; as facas dos sacerdotes dos falsos deuses não puderam cortar a c arne das vítimas, de sorte que o sacrificador que esperava exclamou: “Algum galileu há aqui novamente, lavado com a água ou ungido com o bálsamo?” (Querendo dizer um batizado ou confirmado). Então um jovem pagem, que era cristão, e acabara de receber o Sacramento da Confirmação, levantando a voz, disse: “Sou eu a causa, pois fiz o sinal da cruz e invoquei o santíssimo nome de Jesus para vergonha de vossos ídolos.” Ficou pasmado o imperador, que havia sido cristão, e estava bem instruído do poder de Jesus Cristo. Temeu os efeitos da vingança divina, e sem dizer palavra, saiu do templo, coberto de confusão. O valoroso defensor de Jesus Cristo foi referir aos cristãos o que acabava de suceder, e reconheceram quão temíveis são ao demônio aqueles em quem habita a virtude de Jesus Cristo pelo Sacramento da Confirmação, quando este é recebido com santas disposições.

IV. Todos devem procurar receber o Sacramento da Confirmação e fazer com que os seus subordinados o recebam. A idade em que é conveniente receber o Sacramento da Confirmação é de sete anos, pouco mais ou menos; porque então costumam começar as tentações, e e já se pode conhecer bastante a graça deste Sacramento e conservar-se a lembrança de o ter recebido. Para receber dignamente o Sacramento da Confirmação, é necessário estar em graça de Deus, saber os mistérios principais de nossa santa Fé e aproximar-se deste Sacramento com reverência e devoção.

V. O ministro ordinário do Sacramento da Confirmação é o bispo, (a) porque a administração da Confirmação foi um privilégio exclusivo dos Apóstolos; (b) porque só pertence aos altos oficiais o alistamento dos soldados que devem formar o exército de Cristo Rei; (c) porque assim como nas artes é ofício do mestre aperfeiçoar a obra começada pelos discípulos, assim também na Confirmação cabe aos bispos a obra sobrenatural iniciada no Batismo pelos sacerdotes. O Bispo para administrar a cerimônia da Confirmação ou Crisma, estende primeiro as mãos sobre os que vão crismar-se, invocando sobre eles o Espírito Santo; depois faz uma Cruz na testa de cada um deles com o Santo Crisma, pronunciando as palavras da forma deste Sacramento, isto é, “Eu te assinalo com o sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da salvação em nome do Padre, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.” Depois dá um leve tapa na face do crismado, dizendo-lhe a paz seja contigo, pax tecum. E no fim abençoa solenemente todos os crismados.

VI. A matéria da Confirmação é azeite misturado com bálsamo, que o Bispo consagra na Quinta-Feira Santa. O azeite, que se derrama e fortalece, significa a abundante graça que se espande na alma do cristão, para o confirmar na Fé; e o bálsamo que é aromático e preserva da corrupção, significa que o cristão, fortificado por esta graça, está apto para exalar bom aroma de virtudes cristãs e para se preservar da corrupção dos vícios. Faz-se a unção na fronte a fim de que o crismado entenda que não deve envergonhar-se do nome e da profissão de cristão, nem ter medo dos inimigos da Fé. Dá-se um leve tapa na face do crismado, para que saiba que deve estar pronto a sofrer todas as afrontas e todas as penas pela Fé, por amor de Jesus Cristo. Para conservar a graça da Confirmação, o cristão deve rezar frequentemente, fazer boas obras e viver segundo a Lei de Jesus Cristo, sem respeito humano.

VII. Os dons do Espírito Santo que se recebem na Confirmação são sete: 1º Sabedoria, 2º Entendimento, 3º Conselho, 4º Fortaleza, 5º Ciência, 6º Piedade, 7º Temor do Senhor. Por meio desses dons podemos alcançar a perfeição da vida cristã, porque eles são como uma escada pela qual subimos por diversos degraus do estado de pecado até a conquista da santidade. É assim uma escada que desce do Céu até nós para que nós possamos chegar até o Céu. O último degrau da escada é o primeiro que devemos pisar, a saber, o dom do Temor do Senhor pelo qual reconhecemos que os nossos pecados nos fazem inimigos de Deus Onipotente. Movidos por esse santo temor, subimos mais um degrau com o dom da Piedade que nos leva a ter gosto pelas coisas de Deus, dá o desejo de fazer a sua vontade em todas as coisas. O terceiro degrau é o dom da Ciência, porque quem realmente deseja fazer a vontade divina pede a Deus instrução sobre suas santas leis e preceitos. Deus então o faz conhecer todas as coisas necessárias, em parte pelos pregadores, em parte pelos livros, em parte por inspiração. O quarto degrau é a Fortaleza, porque sabendo o que Deus quer, o cristão passa a perceber que o mundo, o diabo e a carne impõem-lhe muitos obstáculos a realização da vontade divina, sendo necessário que Deus lhe dê a força para vencer todas essas dificuldades. O quinto degrau é o dom do Conselho, porque o demônio, quando não vence um homem pela força, recorre à fraude, tentando enganá-lo com falsas imagens de bem. Deus não irá abandoná-lo, envia-lhe esse dom pelo qual ele triunfa sobre os diversos embustes do inimigo. O sexto degrau é o Entendimento, porque quando um homem já está bem treinado na vida ativa e obteve muitas vitórias sobre o demônio, Deus o impele para a vida contemplativa e lhe concede ver e penetrar nos mistérios divinos. O sétimo degrau é a Sabedoria, que é a conquista da perfeição, porque aquele que é sábio conhece a causa primeira e ordena as suas ações em conformidade com ela; o que não pode fazer senão aquele que ao dom do Entendimento ajunta a perfeita caridade, pois com o entendimento conhece a causa primeira e com a caridade ordena e dirige a ela todas as coisas como ao fim último; e ainda porque a união do afeto com o entendimento é precisamente o dom da Sabedoria, isto é, o saber saboroso, como ensinava São Bernardo.

Deixe o seu comentário