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AMORALIDADE:
  • Publicado em 27/04/2017
  • Por Diogo Rafael Moreira
https://wordpress.com/read/blogs/113655874/posts/2014 Obrigado pela resenha da obra. Se o essencial da obra, como a moça disse acima, consiste em tratar a amoralidade como doença, creio que o autor está bem perto da verdade. De fato, essa é uma analogia bem comum, mas bastante evitada hoje em dia: a virtude está para a saúde, como o vício está para a doença. A amoralidade não é a posse de algo, mas a privação de algo - exatamente o mesmo que se pode dizer sobre a doença, ela é apenas a privação da saúde. Deixe-me explicar um pouco melhor. Assim como o corpo possui certas potências ou faculdades (andar, comer, dormir), a alma também tem as suas (querer, conhecer, amar). O que faz alguém ser amoral? O que faz alguém ser amoral é querer menos, conhecer menos e amar menos do que se é capaz. No entanto, entendamos bem o que a amoralidade é para o homem, uma criatura não só material, mas espiritual. Em contraste com o cachorrinho que quer, conhece e ama as coisas sensíveis e se dá por satisfeito quando as obtém, o homem quer, conhece e ama coisas que ele não pode sentir, tocar ou cheirar, coisas imateriais. Você já viu a justiça andando por aí? Ou sentiu o cheiro da piedade? Você já tocou o amor? Ainda assim nós não só percebemos essas coisas na realidade, mas queremos possuí-las, conhecê-las e amá-las. Mas, pense comigo, o coelho deseja a cenoura, o boi deseja o capim e tudo o que eles querem, eles têm como obter. Por que o homem desejaria conhecer e amar um objeto que nem o mundo inteiro pode conter? A resposta é: por que o homem está destinado a uma felicidade que excede em muito o que "os nossos ouvidos ouvem e os nossos olhos veem". Claro, nem todos pensam assim, mas todos podem, ou seja, têm a potência de tender para coisas imateriais. Espero que você esteja conseguindo me compreender. Observe: o homem busca o Poder em si, o Saber em si e o Amor em si - ele nunca está contende com o que tem: o rico quer ser mais rico, o sábio quer ser mais sábio, todos querem ser mais felizes do que são aqui e agora. Esses são os bens supremos da vontade, do pensamento e da ação. Esses bens, na verdade, existem e são nada menos que as três pessoas da Santíssima Trindade: o Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, o Poder de Deus; o Filho, o Verbo Encarnado, Sabedoria de Deus; o Espírito Santo, a Suma Bondade, o Amor de Deus. Logo, em todos os seus esforços, o fim último para o qual o homem tende é Deus, Deus e Deus. Porém, sendo livre, o homem pode dizer não e contentar-se com coisas menores, por exemplo, o espiritismo se contenta com a invocação de espíritos desconhecidos; o materialismo busca satisfação nas coisas dessa vida; o hinduísmo busca na identificação desse mundo com Deus, o que se chama panteísmo, etc. Essas doutrinas são amorais no sentido de que elas privam ou limitam o potencial humano de ver Deus no Céu, elas não salvam ninguém. Atenção: salvar vem de salus, saúde. Lembra do que eu disse? Saúde é virtude, doença é vício; vício é privação... eu não quero dizer que não existe nada de verdadeiro nelas, mas que falta algo, que elas são insuficientes. Aqui nesse mundo podemos escolher a atitude que queremos tomar: buscar a Deus com todas as forças ou buscar outras coisas menores com mais força do que buscamos a Deus. Se buscamos a Deus, eis que temos a salvação - aquele que bate a porta, ser-lhe-á aberta; porém, se nos deixamos arrastar pelas coisas menores, esse estado de privação se tornará eterno e isso é o que chamamos de inferno: a criatura que quis ser independente de Deus, enfim, terá o que deseja: será privada de Deus eternamente e jamais terá aquilo que ela realmente procura em tudo o que faz. O grande amoral é Lúcifer, o qual Dante representou no Inferno como um monstro de três caras, cada qual com uma cor. A primeira era amarela representando sua impotência, a segunda era preta representando sua ignorância e a terceira era vermelha representando o seu ódio. Todas essas coisas não passam de privação. É exatamente assim que nos tornamos quando nos rebelamos contra Deus: mais fracos, mais burros e mais odientos. É assim que são as almas no inferno, a irmã Lucia descreveu-as como "brasas transparentes e negras no incêndio". Agora considere bem isto: se o homem tem a Deus por fim último, recusar confessá-lo em público e admitir outras verdades além dele é um pecado. E pecado é a privação de um bem. Você priva a si e aos outros de um bem. Nesse caminho você acabará obtendo um bem menor que, no fim, levará você a perder o Bem Maior. Hoje isso é uma realidade tão comum quanto triste: as pessoas possuem todos os meios para chegar ao conhecimento da verdade, para amar e servir a Deus, mas recusam a todos eles e preferem bens que não salvam e conduzem ao inferno. Moça, este não é um bom caminho. Use sua inteligência para a glória de Deus, use seu coração para amá-lo e suas forças para que ele seja servido como merce, pois ele, sendo Deus, morreu pelos nossos pecados, e abriu as portas do céu para nós; e hoje ele é Rei e Senhor. Desculpe-me pelo longo comentário, mas é que o tema é realmente muito interessante. Que Deus te abençoe. Viva Cristo Rei!
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