Trecho do livro Protocolos do Concílio Vaticano II sobre os Judeus pelo padre modernista Humberto Porto. Ilustra a gloriosa resistência católica contra a pérfida Declaração Conciliar em prol do Judaísmo Deicida.
[...] A essa altura, crescia fora da Aula Conciliar, o trabalho da oposição. Os Padres receberam vários libelos, entre os quais: El Problema del Judaismo ante el Concilio Vaticano II, de Dom Luigi Maria Carli, Bispo de Segni, na Itália; Il Problema dei Giudei in Concilio de León Poncins; La Dichiarazione in Favore dei Ebrei Favorisce um Razzismo che Lede il Diritto di Legitima Difesa degli altri Populi, de Dr. Edoardo di Zaga, (os textos foram impressos em várias línguas, em Roma, para a IV Sessão).
No dia 13.10.65, véspera dos primeiros sufrágios conciliares sobre a Declaração, os Padres receberam pelo correio, despachado de Roma, o libelo mais característico, que resume o conteúdo dos demais. O título em espanhol era: Ningún Concilio ni ningún Papa pueden condenar a Jesucristo ni a la Iglesia Católica ni a sus Papas y Concilios más ilustres. La Declaración sobre los judíos lleva implicita tal condenación y debe, por lo mismo, ser desechada. No texto lia-se:
"É evidente que somente um antipapa ou um conciliábulo poderiam aprovar uma declaração deste tipo. E isto o pensamos cada dia mais um maior número de católicos em todo o mundo, que estamos dispostos a agir na forma que for necessária para salvar a Igreja de tal ignomínia. Fazemos um apelo aos Padres Conciliares que não se dobraram à pressão judaica ou que não se venderam simoniacamente ao ouro judeu, para que impeçam a tácita condenação de tantos Papas, Concílios, Padres e Santos ilustres, rejeitando a pérfida Declaração em favor dos judeus… Tomem nota os Padres Conciliares de que nem o Papa nem os Concílios têm faculdades para privar a Igreja nem os demais povos do direito natural de legítima defesa."
O libelo é assinado por 28 organizações que se dizem ‘tradicionalistas’.
Quando da votação da Declaração, os Padres Conciliares receberam folhetos anônimos semelhantes aos que já haviam sido distribuídos nos últimos dias da segunda sessão. Um deles, bem impresso e em várias línguas, de 20 páginas em grande formato, intitulava-se Ação Judeo-Maçônica no Concílio; com data de Roma, setembro de 1964. Declara que foi composto por um grupo de sacerdotes, “com conhecimento e anuência do bispo”. Fala da perda de fé de alguns Padres Conciliares; da ‘nova fronteira’ que se intenciona impor de modo permanente à Igreja Católica em flagrante contradição co a doutrina e a tradição de dezenove séculos; de um complô de judeus e maçons eclesiásticos; e que os agentes do judaísmo teriam penetrado no Templo do Senhor para pregar no sagrado recinto as heresias que lhes foram ensinadas por lojas maçônicas. São nomeados o Cardeal Bea, os Bispos Walter Kempe e Serigo Mendez Arceo, o Mons. John Oesterreicher e o Pe. Gregory Baum, todos eles acusados de serem judeus e maçons. Fala também contra as "reformas" dos Cardeais Bea, Suenens, Frings, Doepfner, e "de seus cúmplices".
Outro folheto de 30 páginas, também remetido pelo correio, traz o título Secondo Cristo N. S. il Deicida é il Popolo Ebraico. Assina-se como autor o "Pe. Maurice Mauclair". Repete as mesmas acusações e cita os mesmos nomes. A Introdução termina assim: "Se a vontade de Deus permitiu que se levantem sob a cúpula de S. Pedro vozes heréticas, é porque quer que de nós se levante um apelo para contrapor-lhe a Verdade que ele ensinou." [...]
O esforço da retificação efetiva
Nos maios eclesiásticos, a Declaração sofria críticas por parte de certos defensores de uma responsabilidade coletiva do povo judeu na crucifixão de Jesus. Esta tese foi arrazoada pelo Mons. L. M. Carli através de dois artigos publicados em Palestra del Clero, sob os títulos A Questão Judaica diante do Concílio Vaticano II e É Possível Discutir com Seriedade a Questão Judaica? (XLIV, 1965, 185-203, 463-476). [...]
PORTO, Padre Humberto. Protocolos do Concílio Vaticano II sobre os Judeus. São Paulo: Edições Diálogo, 1984, pp. 72-75.