Tempos de paz no Império Romano: a vaidade de um poderoso Imperador contribui para a realização dos desígnios divinos; a paz e a tranquilidade dispõem a manifestação de Deus, os tempos de disputas são sinal da falta de Deus, de onde a nossa oração deve pedir a paz de Cristo no reino de Cristo, que ele nos dê a paz, não a paz do mundo, mas a sua paz - Pax Christiana.
Maria Santíssima e São José não foram bem recebidos em Belém, a falta de hospitalidade e consideração pela próximo, por outro lado, é o prelúdio de castigos, tal sucedeu com eles que tiveram de gemer com a morte dos Santos Inocentes.
Nenhum lugar era suficientemente pobre para Jesus, que nos queria dar grande lição de humildade: seu palácio é o estábulo; seu trono, o presépio; seus oficiais da corte real era São José e Nossa Senhora (São Bernardo).
Deus não necessita de coisas exteriores, nem do louvor alheio para ser grande, pois ele tem sua glória em seu própria ser.
Ainda assim manifestou seu Nascimento por intermédio dos Anjos do Céu, mas não aos sábios, nem aos ricos, mas aos pastores humildes, pobres e trabalhadores, porque são pessoas assim que melhor estão dispostas para ir ver a um Deus que se faz abaixa a si mesmo para nos alcançar, usando de toda simplicidade, na comunicação dos grandes mistérios da religião. A Cristandade nasce do reconhecimento de nossos pecados, de nossa dependência de Deus, da necessidade de servi-lo com amor e gratidão. Eis as bases da Pax Christiana.
A mensagem cristã, anunciada pelos Anjos, é uma mensagem de paz a todos os que são dóceis à doutrina e as graças de Cristo. É o mistério excelso da Encarnação, a união da Divindade do Filho com a nossa humanidade, que eleva a nossa natureza caída para junto de Deus e assim, vinculados a Cristo pelo ministério da sua Igreja, somos feitos irmãos em Cristo. Pax Christiana!
Santo Agostinho nos lembra a maravilha de Deus ter-se feito nosso irmão, São Pedro Crisólogo explica: Quis nascer assim, porque assim quis ser amado. No nascimento de Jesus Cristo, diz São Bernardo, o presépio nos grita altamente que devemos fazer penitência, o estábulo, as lágrimas, os paninhos nos pregam a mesma virtude. Tudo é pregação no nascimento do Salvador, tudo é instrução, tudo é lição, e quer nos dizer que - não importa a condição em que tenhamos nascido, não importa o posto que ocupemos, seja vil ou eminente, é necessário que o nosso coração esteja desprendido dos bens e dos prazeres desta vida; é necessário que sejamos humildes, penitentes, mortificados, se queremos que o Nascimento do Salvados nos seja útil, se queremos ter parte na Redenção.
Quis nascer assim também para cumprir a promessa de Redenção feita aos nossos primeiros pais: aquele que esmagará a serpente, nascerá da mulher, de modo que o demônio, invejoso e homicida dos homens, seria humilhado e vencido pelo mesmo homem.
Disposições para este tempo: Santa alegria cristã, porque Maria Santíssima deu à luz à luz do mundo, que ilumina a todos que a seguem, que nasce em nossos corações pelas boas obras que fazemos em seu Nome, em todo ato de virtude e humildade! É isto, afinal, a sua presença entre nós e em nossa alma que faz do Sacrifício da Missa o maior ato de louvor ao Padre Eterno, pois é Deus encarnado que se oferece por nós e que nos incorpora a si com sua graça.
O estado em que está no presépio não é mais humilhante do que aquele em que se encontra na Eucaristia, adoremo-lo ali com as mesmas santas disposições e sentimentos com que lhe prestaram homenagem a Santíssima Virgem, o castíssimo São José, os pastores e os reis magos.
Imagine qual seria o nosso pasmo, se os Pastores que o tivessem ido adorar no presépio, de lá não voltassem melhores do que foram e, tendo visto ao Senhor, não o tivessem amado. Assim também nós devemos voltar melhores e amá-lo mais. Dirá alguém que nós não o vemos, senão pela fé; assim também foi com eles, que o viam na forma de um frágil menino