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FOGO E ELETRICIDADE:
  • Publicado em 06/01/2018
  • Por Diogo Rafael Moreira
Tecnologia é um termo equívoco que pode tanto significar o conhecimento técnico quanto o produto deste conhecimento. A fim de evitar confusões, o melhor é distingui-los da seguinte maneira: técnica é o conhecimento, enquanto tecnologia é o produto resultante deste conhecimento aplicado a um determinado fim, seja por aquele que a fez, seja por um terceiro. Ora, nesse sentido tecnologia se torna um sinônimo de máquina ou ferramenta, em todo caso ela é um meio que gera algum benefício que não se podia obter sem ela. Ora, existem três tipo de bem, existe o bem útil, o bem aprazível e o bem honesto. É a partir desses três tipos de bem que podemos identificar três classes de tecnologia. Primeiro, existem aquelas tecnologias que melhoram as forças ou possibilidades físicas do homem, a potência desse tipo de tecnologia é calculada em termos de eficiência e eficácia, ou seja, quanto mais ela faz com menos tempo e recursos. Elas aumentam o poder do homem sobre a natureza e sobre outros homens, elas tem a ver com força e velocidade. Nessa categoria, existem ferramentas que podem ser chamadas de destrutivas, porque servem para dividir ou diminuir algo ou alguém, por exemplo, uma faca, um machado, uma serra elétrica, uma metralhadora, dinamite etc. Existem outras que podem ser chamadas de construtivas, porque elas servem para somar ou multiplicar algum bem, por exemplo, a betoneira, a máquina de costura, a impressora. Por fim, existem aquelas que não destroem, nem constroem, mas simplesmente movem algo ou alguém para algum lugar, elas podem ser chamadas de locomotoras, por exemplo, o trem, o ônibus, o navio etc. Essas tecnologias são avaliadas em termos quantitativos e normalmente quando uma tecnologia capaz de fazer mais em menos tempo aparece, a tendência é que a precedente seja substituída por ela. Essa primeira classe de tecnologia podem ser chamadas de úteis ou operacionais. Além dessas, existe uma outra categoria de tecnologia constituída por máquinas que melhoram as condições de vida humana, a potência desse tipo de tecnologia é calculado em termos de qualidade. Com efeito, esse tipo não não é primariamente julgado por fazer mais com menos, mas sim pelo bem-estar que proporciona a quem o utiliza. Com essas máquinas é possível escapar ou evitar um mal ou conservar e produzir um bem, dentre elas pode se mencionar a energia elétrica, o tratamento de água, o ar condicionado, instrumentos musicais, perfumes, alguns métodos e serviços e etc. Essas tecnologias podem ser chamadas de aprazíveis ou qualitativas. Finalmente, existem aquelas que servem, diretamente ou mediante uma expressão artística, para a difusão de ideias e oferecem a milhões de pessoas, de maneira facilmente assimilável, imagens, notícias e lições, como alimento quotidiano do espírito, mesmo nas horas de lazer e repoiso. Esse tipo de tecnologia pode ser chamado de comunicativas ou políticas, porque tais ferramentas usam predominantemente da linguagem humana para a difusão de informações e visam atingir uma determinada comunidade política, seja uma vila, cidade ou nação. Exemplos não faltam, dentre elas estão a televisão, o rádio, o cinema, a internet e etc. A lógica implicada nesses tecnologias não é necessariamente o fazer mais com menos, nem o simples bem-estar, mas o bem honesto ou comum, o bem da espécie mesma. Por seu amplo caráter, essa classe pode ser chamada de comunicativa ou política. Essas tem mais a ver com a ordem política. Ora, de todas as três categorias, a mais influente é essa última. Os motivos que podem ser aduzidos nesse sentido são os seguintes:
  1. O ARGUMENTO DA DIFERENÇA ESPECÍFICA.
    1. MAIOR. Os membros de uma determinada espécie sentem-se mais inclinados a fazer o que é próprio de sua espécie, por exemplo, o peixe-elétrico tende a produzir choques, o cão a latir e etc.
    2. MENOR. Ora, o homem é um animal notável pela sua habilidade linguística e política.
    3. CONCLUSÃO. Logo, ele será mais influenciado por coisas que digam respeito ao que ele tem de mais específico, ou seja, pelas tecnologias comunicativas ou políticas, as quais são capazes de dar ordens, exemplos, sugestões etc.
  2. O ARGUMENTO DA SIMPATIA.
    1. MAIOR. A amizade é mais facilmente feita entre semelhantes, por exemplo, pessoas que possuem o interesse no mesmo assunto, os animais de uma espécie.
    2. MENOR. Ora, a televisão, o rádio, o cinema etc. possuem uma linguagem mais acessível que que qualquer outra máquina, usam a linguagem adotada pelo próprio homem no seu dia-a-dia.
    3. CONCLUSÃO. Logo ele tenderá a se aproximar mais dessas tecnologias que das demais.
  3. ARGUMENTO DO BEM COMUM.
    1. MAIOR. O bem de muitos é maior que o bem de poucos, assim o nem de um exército é maior que o bem de um soldado, o bem de uma árvore é maior que o bem de uma laranja.
    2. MENOR. Ora, as tecnologias que mais facilmente promove o bem comum são as tecnologias de difusão de informações, mediante as quais muitas pessoas são formadas intelectual e moralmente.
    3. CONCLUSÃO. Logo, as ferramentas mais influentes são as de comunicação.
"Estes potentíssimos meios de divulgação que podem ser, se bem dirigidos pelos sãos princípios, duma grande utilidade para a instrução e educação, aparecem infelizmente, na maior parte das vezes, como incentivos das más paixões e da avidez do lucro." (Pio XI,  Divini Illius Magistri). Conclusão: todas as tecnologias são boas, mas as mais excelentes são as tecnologias que favorecem a educação intelectual e moral. Elas são muito boas se foram usadas para esse fim, mas terrível se forem usadas para o prejuízo da verdade e da virtude, para a obtenção de vantagem à custas do dano alheio. Donde a importância da censura dos meios de comunicação pelas autoridades competentes. ========================================================== Tecnologia é um termo equívoco que pode tanto significar o conhecimento técnico quanto o produto deste conhecimento. A fim de evitar confusões, o melhor é distingui-los da seguinte maneira: técnica é o conhecimento, enquanto tecnologia é o produto resultante deste conhecimento aplicado a um determinado fim, seja por aquele que a fez, seja por um terceiro. Ora, nesse sentido tecnologia se torna um sinônimo de máquina ou ferramenta, em todo caso ela é um meio que gera algum benefício que não se podia obter sem ela. Ora, existem três tipo de bem, existe o bem útil, o bem aprazível e o bem honesto. É a partir desses três tipos de bem que podemos identificar três classes de tecnologia. Primeiro, existem aquelas tecnologias que melhoram as forças ou possibilidades físicas do homem, a potência desse tipo de tecnologia é calculada em termos de eficiência e eficácia, ou seja, quanto mais ela faz com menos tempo e recursos. Elas aumentam o poder do homem sobre a natureza e sobre outros homens, elas tem a ver com força e velocidade. Nessa categoria, existem ferramentas que podem ser chamadas de destrutivas, porque servem para dividir ou diminuir algo ou alguém, por exemplo, uma faca, um machado, uma serra elétrica, uma metralhadora, dinamite etc. Existem outras que podem ser chamadas de construtivas, porque elas servem para somar ou multiplicar algum bem, por exemplo, a betoneira, a máquina de costura, a impressora. Por fim, existem aquelas que não destroem, nem constroem, mas simplesmente movem algo ou alguém para algum lugar, elas podem ser chamadas de locomotoras, por exemplo, o trem, o ônibus, o navio etc. Essas tecnologias são avaliadas em termos quantitativos e normalmente quando uma tecnologia capaz de fazer mais em menos tempo aparece, a tendência é que a precedente seja substituída por ela. Essa primeira classe de tecnologia podem ser chamadas de úteis ou operacionais. Além dessas, existe uma outra categoria de tecnologia constituída por máquinas que melhoram as condições de vida humana, a potência desse tipo de tecnologia é calculado em termos de qualidade. Com efeito, esse tipo não não é primariamente julgado por fazer mais com menos, mas sim pelo bem-estar que proporciona a quem o utiliza. Com essas máquinas é possível escapar ou evitar um mal ou conservar e produzir um bem, dentre elas pode se mencionar a energia elétrica, o tratamento de água, o ar condicionado, instrumentos musicais, perfumes, alguns métodos e serviços e etc. Essas tecnologias podem ser chamadas de aprazíveis ou qualitativas. Finalmente, existem aquelas que servem, diretamente ou mediante uma expressão artística, para a difusão de ideias e oferecem a milhões de pessoas, de maneira facilmente assimilável, imagens, notícias e lições, como alimento quotidiano do espírito, mesmo nas horas de lazer e repoiso. Esse tipo de tecnologia pode ser chamado de comunicativas ou políticas, porque tais ferramentas usam predominantemente da linguagem humana para a difusão de informações e visam atingir uma determinada comunidade política, seja uma vila, cidade ou nação. Exemplos não faltam, dentre elas estão a televisão, o rádio, o cinema, a internet e etc. A lógica implicada nesses tecnologias não é necessariamente o fazer mais com menos, nem o simples bem-estar, mas o bem honesto ou comum, o bem da espécie mesma. Por seu amplo caráter, essa classe pode ser chamada de comunicativa ou política. Essas tem mais a ver com a ordem política. Ora, de todas as três categorias, a mais influente é essa última. Os motivos que podem ser aduzidos nesse sentido são os seguintes: O ARGUMENTO DA DIFERENÇA ESPECÍFICA. MAIOR. Os membros de uma determinada espécie sentem-se mais inclinados a fazer o que é próprio de sua espécie, por exemplo, o peixe-elétrico tende a produzir choques, o cão a latir e etc. MENOR. Ora, o homem é um animal notável pela sua habilidade linguística e política. CONCLUSÃO. Logo, ele será mais influenciado por coisas que digam respeito ao que ele tem de mais específico, ou seja, pelas tecnologias comunicativas ou políticas, as quais são capazes de dar ordens, exemplos, sugestões etc. O ARGUMENTO DA SIMPATIA. MAIOR. A amizade é mais facilmente feita entre semelhantes, por exemplo, pessoas que possuem o interesse no mesmo assunto, os animais de uma espécie. MENOR. Ora, a televisão, o rádio, o cinema etc. possuem uma linguagem mais acessível que que qualquer outra máquina, usam a linguagem adotada pelo próprio homem no seu dia-a-dia. CONCLUSÃO. Logo ele tenderá a se aproximar mais dessas tecnologias que das demais. ARGUMENTO DO BEM COMUM. MAIOR. O bem de muitos é maior que o bem de poucos, assim o nem de um exército é maior que o bem de um soldado, o bem de uma árvore é maior que o bem de uma laranja. MENOR. Ora, as tecnologias que mais facilmente promove o bem comum são as tecnologias de difusão de informações, mediante as quais muitas pessoas são formadas intelectual e moralmente. CONCLUSÃO. Logo, as ferramentas mais influentes são as de comunicação. "Estes potentíssimos meios de divulgação que podem ser, se bem dirigidos pelos sãos princípios, duma grande utilidade para a instrução e educação, aparecem infelizmente, na maior parte das vezes, como incentivos das más paixões e da avidez do lucro." (Pio XI, Divini Illius Magistri). Conclusão: todas as tecnologias são boas, mas as mais excelentes são as tecnologias que favorecem a educação intelectual e moral. Elas são muito boas se foram usadas para esse fim, mas terrível se forem usadas para o prejuízo da verdade e da virtude, para a obtenção de vantagem à custas do dano alheio. Donde a importância da censura dos meios de comunicação pelas autoridades competentes.
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