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A BLASFÊMIA DE NATAL DE FRANCISCO-BERGOGLIO: QUANDO SE ODEIA UMA PESSOA, NÃO RARO SE ATACA TAMBÉM A SUA MÃE
  • Publicado em 26/12/2022
  • Por Diogo Rafael Moreira

Quando se odeia uma pessoa, não raro se ataca também a sua mãe, como forma talvez de atacar a maior responsável por aquela pessoa odiada estar neste mundo. Assim também os hereges de todos os tempos, como são inimigos do Cristo verdadeiro, que nesta terra viveu e pregou o catolicismo romano, não se limitam a audaciosamente negar sua doutrina, mas também gastam muito de seu tempo atacando sua Mãe, Maria Santíssima, negando suas maiores excelências, que são todas comemoradas pelos católicos do mundo inteiro.

Há dois dogmas em particular que os hereges costumam atacar da maneira mais blasfema e vil possível, a saber, a Imaculada Conceição de Maria e sua Perpétua Virgindade. Nós católicos, porém, comemoramos uma e outra doutrina, a Imaculada Conceição especificamente no dia 8 de dezembro – e aqui no Brasil, também no dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida - e a virgindade de Maria Santíssima é exaltada particularmente nas festas da Anunciação, no dia 25 de março, e do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, no dia 25 de dezembro, pois é pela contemplação do caráter virginal da conceição e nascimento de Jesus Cristo que melhor admiramos o mistério da virgindade perpétua de Nossa Senhora.

Os modernistas, sem negar sua raiz protestante, enquanto continuam a disfarçar-se de católicos para melhor enganarem os próprios católicos, costumam vez por outra destilar – nestas mesmas ocasiões – o seu veneno contra a Mãe de Deus e assim procuram diminuir suas excelências e negar – direta ou indiretamente – sua Imaculada Conceição e Perpétua Virgindade.

Quando descemos ao caso particular de Jorge Mario Bergoglio, o herege que se diz Papa Francisco, isso não poderia ser coisa mais notória. Anualmente, sempre que surge uma oportunidade, procura dizer que Nossa Senhora tinha defeitos, como todas as mães, que ela pensou que Deus a tinha traído, que ela não nasceu santa, que ela não é corredentora, e outras coisas que vão de declarações ambíguas a erros teológicos graves.

Este ano não poderia ter sido diferente. No dia 22 de dezembro deste ano, em mensagem de Natal dirigida à funcionários do Vaticano, Bergoglio lhes pede que, neste Natal, tenham a serenidade da Sagrada Família. Um belo desejo, mas que traz consigo o veneno protestante contra Maria.

Se alguém já viu aqueles filmes protestantes sobre a vida de Cristo, lembrará que na hora do nascimento de Jesus, eles costumam dar uma particular ênfase nas dores de parto de Nossa Senhora. Não se trata porém de meros efeitos especiais, o que ocorre aí é a negação implícita, mas necessária e certa, da Imaculada Conceição de Maria e de sua perpétua virgindade. De fato, a teologia católica ensina como uma verdade certa que Maria Santíssima não sentiu dores de parto, tanto como um corolário de sua Imaculada Conceição, pois as dores de parto são fruto do pecado original, do qual Nossa Senhora foi preservada; quanto como uma consequência de sua perpétua virgindade, que inclui ter mantido, durante o parto de Cristo, a integridade do seu corpo, como veremos mais adiante.

Foi precisamente essa verdade católica que Francisco negou em sua fatídica mensagem de Natal deste ano. Ele disse o seguinte:

“Serenidade não significa que tudo está indo bem, que não há problemas, dificuldades, não, não significa isso. Como nos demonstra a Sagrada Família de Jesus, José e Maria. Podemos imaginar, quando chegaram a Belém, Nossa Senhora começou a sentir as dores [la Madonna cominciava a sentire i dolori], José não sabia para onde ir, batia em muitas portas, mas não havia lugar…

Se ela sentia as dores, então recaiu sobre ela a maldição dirigida a mulher depois do pecado, conforme se lê em Gênesis, capítulo 3: “Eu multiplicarei os teus trabalhos, e os teus partos. Tu em dor parirás teus filhos, e estarás sob o poder de teu marido, e ele te dominará.” (Gênesis 3, 16).

Mas se recaiu sobre ela estas dores, logo ela não é Imaculada, isto é, não estava livre do pecado original. Com efeito, é evidente que a doutrina católica e bíblica faz das dores de parto uma consequência do pecado original. Mas é precisamente deste pecado original que a Santíssima Virgem foi preservada, como definiu o Papa Pio IX na Constituição Apostólica Ineffabilis Deus, na qual proclama o dogma da Imaculada Conceição.

É impossível a um católico afirmar que a Virgem Maria sentiu dores durante o parto, porque afirmá-lo é uma negação implícita, mas certa, da Imaculada Conceição.

Além disso, quem fala em dores de parto nega também a perpétua virgindade de Maria, que outro dogma de fé infalível e universalmente professado pela Igreja de Jesus Cristo.

A Igreja Católica sempre ensinou que Nossa Senhora foi sempre virgem: antes do parto, durante o parto e depois do parto. Essa virgindade durante o parto implica também que o seu corpo se manteve sempre como o corpo de uma virgem, sem qualquer violação ou ruptura de sua integridade física. Isso todos os católicos confessam ao recitar a Ladainha de Nossa Senhora, quando dizem: mater intemerata, isto é, mãe intacta. Nos catecismos explica-se que Nosso Senhor nasceu de Maria Virgem sem romper sua carne, da mesma maneira que a luz atravessa o vidro sem o quebrar ou que o próprio Cristo atravessou a pedra do sepulcro, no dia de sua Ressurreição, sem a mover.

Assim não admira encontrar em um manual de teologia dogmática anterior à revolução do conciliábulo Vaticano II a seguinte explicação sobre o nascimento virginal de Nosso Senhor:

“A conservação desta integridade corporal e a ausência de dor no parto estão tão ligadas na fé perpétua da Igreja e na tradição patrística com o nascimento virginal [de Cristo] que devem ser mantidas como elementos necessários do dogma do nascimento virginal [de Nosso Senhor]…. Portanto, de modo algum se pode consentir com a interpretação recente da virgindade [de Maria], que quer prescindir dessa integridade corporal e ausência de dor no parto.” (Sacrae Theologiae Summa, vol. IIIA , p. 410 da tradução inglesa).

Na encíclica Munificentissimus Deus, na qual proclama o dogma da Assunção de Nossa Senhora, o Papa Pio XII – ao passar pelos teólogos que confessaram essa doutrina – com eles ensina que a Santíssima Virgem foi preservada das dores de parto:

“E num sermão pregado em dia da Anunciação de nossa Senhora, ao explicar aquelas palavras do anjo: ‘Ave, cheia de graça…’, o Doutor Universal [São Tomás de Aquino] compara a santíssima Virgem com Eva, e afirma clara e terminantemente que Maria foi livre das quatro maldições que caíram sobre Eva… É da mesma opinião, entre outros muitos, o Doutor Seráfico, o qual tem como certo que, assim como Deus preservou Maria santíssima da violação do pudor e da integridade virginal ao conceber e dar à luz o seu Filho, assim não permitiu que o seu corpo se desfizesse em podridão e cinzas… Deste modo, a augustíssima Mãe de Deus, associada a Jesus Cristo de modo insondável desde toda a eternidade ‘com um único decreto’ de predestinação, imaculada na sua conceição, sempre virgem, na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas consequências, alcançou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança do seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos (cf. 1Tm 1,17).”

Por fim, deve-se dizer que esta afirmação de Francisco não só é um erro teológico grave, mas também é um pecado mortal de blasfêmia, pois diz de Nossa Senhora algo que não lhe convém, o que é um dos modos de blasfemar, como ensina São Roberto Belarmino em sua Doutrina Cristã, junto de todos os autores católicos de teologia moral.

Entre os modernistas, é apenas mais um dia normal de heresia e blasfêmia contra Nossa Senhora. Eles já deixaram de ser católicos há muito tempo. É uma pena que eles sejam sustentados por pessoas que dizem amar Nossa Senhora, pessoas que, ao mesmo tempo – estranhamente – agem como cúmplices de hereges e blasfemadores de Maria Santíssima.

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