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IRMÃO HERODES: O ABORTO NA ERA DE FRANCISCO-BERGOGLIO
  • Publicado em 30/12/2022
  • Por Diogo Rafael Moreira

A mais negra e pérfida dissimulação foi a de Herodes, que pretendendo interessar-se pelo rei dos judeus que nascera, apenas desejava ter ocasião de matá-lo. Na impossibilidade de tirar a vida de Jesus Cristo diretamente, seus desígnios homicidas se voltaram contra as crianças indefesas de Belém, comemoradas anualmente no dia 28 de dezembro, como mártires. Pois Cristo é perseguido e odiado na pessoa daquelas crianças, o Salvador é buscado no meio delas, de modo que seu sangue derramado pelo ódio de Cristo dá testemunho do Redentor, que derramará na Cruz seu Preciosíssimo Sangue por nosso amor.

De certa forma, os Santos Inocentes mostraram ao público a verdadeira face de Herodes, que até então se ocultava sob uma conveniente máscara de piedade. De fato, quando aquele que deveria buscar o bem de todos, principalmente dos mais fracos, faz exatamente o contrário, não há dúvida de que o tal carece de sinceridade e possui um coração corrompido por interesses mundanos.

Quando nos voltamos ao caso de Francisco, que profere tão cândidas palavras e - vez por outra - até manifesta seu zelo pelos pequeninos, é impossível não ver nele um paralelo com o falso e dissimulado Herodes. Pois as suas palavras doces dizem uma coisa, mas as suas obras e ações concretas dizem exatamente o contrário. Fala que quer o bem dos pequenos inocentes, mas não mede esforços para promover os que querem dar a todos o direito de matá-los.

Falamos aqui certamente da questão muito atual do aborto e me parece ter chegado o momento de comunicar três atos de Francisco, inclusive dois deles bem recentes, que mostram o quanto ele não é apenas um Judas e amante de Judas, mas também um Herodes e amante de Herodes.

1 – Em 29 de fevereiro de 2016, Francisco louva Emma Bonino, de longe a mais declarada ativista pelo aborto na Itália. Essa matéria saiu no Califórnia Catholic Daily (https://www.cal-catholic.com/pope-francis-praises-italys-leading-abortion-rights-proponent/). Segue parte da reportagem:

O Papa Francisco chocou os tradicionalistas da Igreja e defensores pró-vida depois que recentemente elogiou uma importante defensora dos direitos ao aborto e até a apelidou de uma das “grandes esquecidas” da Itália.

O pontífice fez a declaração durante uma entrevista em 8 de fevereiro ao Corriere Della Serra, onde comparou a ex-chanceler italiana Emma Bonino a grandes figuras históricas como Konrad Adenauer e Robert Schuman.

Bonino é conhecida há décadas como a mais declarada ativista pelos direitos ao aborto na Itália.

Aos 27 anos, ela fez um aborto ilegal e depois trabalhou no Centro de Informações sobre Esterilização e Aborto, que ostentava ter realizado mais de 10.000 abortos. Existem fotos famosas de Bonino realizando abortos ilegais usando um dispositivo caseiro operado por uma bomba de bicicleta. Presa pela então atividade ilegal, ela passou alguns dias na prisão, foi absolvida e depois entrou para a política, segundo relatos.

Em 2013, quando ela foi nomeada ministra das Relações Exteriores da Itália, houve um protesto geral de líderes pró-vida e pró-família diante da “terrível situação".

O Papa Francisco reconheceu que suas declarações eram “controversas”, mas as rejeitou, dizendo: “É verdade, mas não importa. Temos que olhar para as pessoas, para o que elas fazem.”

2 – No dia 15 de outubro de 2022, Francisco apontou uma economista pró-aborto para a Pontifícia Academia para a Vida. A notícia saiu no sita Catholic News Agency (https://www.catholicnewsagency.com/news/252577/pope-francis-appoints-pro-abortion-economist-to-pontifical-academy-for-life). Segue um trecho da reportagem:

Um dos mais novos membros da Pontifícia Academia para a Vida, nomeado pelo Papa Francisco, é uma defensora declarada dos direitos ao aborto, tendo recentemente compartilhado sua oposição à derrubada de Roe v. Wade no Twitter [uma lei americana que permitia o aborto, nos Estados Unidos, em nível nacional].

Mariana Mazzucato, conhecida por seu trabalho de promoção do papel do setor público no incentivo à inovação, estava entre os sete acadêmicos nomeados pelo papa em 15 de outubro para cumprir mandatos de cinco anos na academia. […]

O site Catholic Culture publicou na terça-feira links para postagens recentes nas redes sociais, compartilhadas por Mazzucato, nas quais ela tuitou e retuitou declarações pró-aborto sobre a decisão da Suprema Corte [americana] de devolver a lei do aborto aos estados.

A postagem incluía um vídeo da comentarista Ana Kasparian condenando os cristãos por imporem seus próprios pontos de vista aos não-cristãos: “Esses comentários podem ser fortes, mas é como eu realmente me sinto. Eu não me importo que você seja um cristão. Eu não me importo com o que a Bíblia diz. Tipo, eu sinto que é um show de palhaços, como sentar aqui tentando decifrar o que seu livrinho mítico tem a dizer sobre essas questões políticas muito reais, certo”, disse Kasparian.

Robert P. George, professor de jurisprudência na Universidade de Princeton, católico e defensor do direito à vida, disse à CNA que está perturbado com a notícia da nomeação.

“A Pontifícia Academia para a Vida existe para promover a missão da Igreja de promover o respeito pela dignidade profunda, inerente e igual de cada membro da família humana, começando com o precioso filho no ventre materno. Ou se acredita nesta missão ou não. Se não se acredita, então por que alguém desejaria fazer parte da Pontifícia Academia?” George perguntou.

“E por que alguém com autoridade de nomeação nomearia alguém assim para a academia? Não consigo pensar em nenhuma explicação que não seja chocante e escandalosa”, disse George à CNA.

3 - Até aqui Francisco promoveu a maior abortista da Itália e nomeou para a Academia para a Vida uma militante pró-aborto, como alguém que cinicamente põe uma raposa para cuidar do galinheiro. Mas o que poderia melhor revelar a militância pró-aborto de Bergoglio que sua decisão inusitada de reduzir ao estado leigo um padre nacionalmente conhecido nos Estados Unidos por militar contra o aborto?

Esse castigo desproporcional e claramente motivado por razões políticas veio à lume no dia 17 de dezembro de 2022, quando o site Catholi News Agency anunciou que o padre pró-vida Frank Pavone foi laicizado pelo Vaticano (https://www.catholicnewsagency.com/news/253106/vatican-dismisses-father-frank-pavone-from-priesthood). Segue parte da reportagem:

A CNA descobriu que o padre Frank Pavone, conhecido ativista pró-vida e diretor nacional da organização Priests for Life [Sacerdotes pela Vida], foi demitido do estado clerical por “comunicações blasfemas nas mídias sociais” e “desobediência persistente às instruções legais de seu bispo diocesano”.

Em uma carta de 13 de dezembro aos bispos dos EUA obtida pela CNA e confirmada por várias fontes como autêntica, o arcebispo Christophe Pierre, núncio apostólico nos Estados Unidos, escreveu que o prefeito do Dicastério para o Clero emitiu a decisão em 9 de novembro, acrescentando que “não havia possibilidade de apelo”. […]

A comunicação de Pierre não especifica as ações que levaram à demissão de Pavone nem nomeia o bispo que ele desobedeceu.

A declaração refere-se a Pavone como “Sr. Pavone” e o chama de “um leigo”, ressaltando a natureza dramática e imediata da ação do Vaticano. [...]

Em um e-mail à CNA no sábado, Pavone disse que não estava ciente da ação do Vaticano.

“Como o CNA soube disso antes de mim?” ele perguntou. Em um e-mail subsequente, ele acrescentou que a consulta da CNA foi “a primeira comunicação que recebi sobre isso”.

É interessante confrontar o caso de Frank Pavone com o caso do Padre Manel Pousa, que deu a duas jovens dinheiro para abortarem seus filhos. O bispo de Barcelona, respaldado pelo Vaticano, não impôs nenhuma punição a esse padre, e o mesmo Vaticano se pronunciom favoravelmente, dizendo que ele não incorreu em nenhuma pena canônica (https://www.lifesitenews.com/news/priest-who-paid-for-young-girls-abortions-acquitted-by-bishop/).

Diante disso, o raciocínio não é difícil: para Francisco não há problema com quem aborta, promove o aborto ou paga para outros abortarem, mas existe com aquele padre que tem uma associação para salvar criancinhas indefesas do aborto. Donde se vê que Francisco não é simplesmente um herege, mas também um monstro, um péssimo ser humano.

Mas, se é evidente que ele não defende de fato aos inocentes, mas que isso é apenas um meio para conservar os meios de prejudicá-los, a quem ele defende afinal? Se restava alguma dúvida, hoje nem os mais ingênuos podem duvidar de quem seja. Ele defende políticos corruptos e abortistas como Lula e Biden.

É o que lemos em matéria do Vatican News (https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-12/papa-assinei-renuncia-caso-impedimento-medico-entrevista.html), publicada no dia 18 de dezembro de 2022, resumo de uma entrevista conedida por Francisco ao diário espanhol ABC. Ee diz o seguinte:

Outro caso “paradigmático” que chamou a atenção do Papa é o do recém-eleito presidente do Brasil, Inácio Lula. Paradigmático porque o julgamento do líder político - condenado por corrupção passiva, durante 580 dias na prisão, impedido de concorrer nas eleições presidenciais de 2018, até 2021, quando a Suprema Corte anulou todas as sentenças - começou com "fake news". Estas, diz o Papa, “criaram uma atmosfera que favoreceram seu julgamento…. O problema das notícias falsas sobre líderes políticos e sociais é muito sério. Elas podem destruir uma pessoa”. No caso específico de Lula, segundo o Papa Francisco, não foi “um julgamento à altura”. “Cuidado”, adverte, “com aqueles que criam a atmosfera para um julgamento, seja ele qual for. Eles fazem isso através da mídia de forma a influenciar aqueles que devem julgar e decidir. Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais de primeira classe que não tenham outro interesse que manter limpa a justiça”.

Eis aí o tipo de “inocente” que Francisco defende, um que é – seguramente – do mesmo clube abortista de um Joe Biden, de uma Emma Bonino e de uma Mariana Muzzucato. É notório que nesta luta pela moral cristã, Francisco escolheu o lado inimigo, atuando em comunhão mal-disfarçada com todos os agentes do inferno. Não está ele com Jesus Menino e os Santos Inocentes, mas com o tirano Herodes e todos que o imitam.

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